quinta-feira, 1 de julho de 2010

A MARé...

Mar aberto, maresia salgada respingando no silêncio da pele
Sol se pondo no infinito,
No céu aberto, a maré alta beijando a sola dos pés.
Nuvens e gaivotas dançando nos seus olhos
Refletem azul, mais azul do que cabe na esperança
Mais cor do que cabe no céu...

Para onde vão as mãos que se abraçam nesse fim de tarde?
Por que ela não será mais a tarde nos problemas do amanhã?

E assim, a tarde se dilui com o vento, com a mistura de suor e sal, com beijos molhados, com risos perfeitos!
É assim que você cabe em mim, como uma tarde intocável flutuando no mar da vida, na praia dos sonhos!
É esse o motivo, e o porque... é esse o sentido, o perfume de um amor inexistente amanhã, mas oceanicamente tão sublime no cair das horas, que não posso mais viver sem!
Não posso mais mergulhar em nada que exista sem ter a certeza de pelo menos poder lembrar, e saber que uma lembrança é mais que um pensamento, é a certeza de que estamos vivos!
De que estou vivo com você, sozinho dentro de mim, para todo o sempre, para além das lágrimas do final,,,,
As tais lágrimas de sal, de Fernando em pessoa, de pessoa em todos nós, as tais lágrimas de um anti-retroviral!

As ondas ainda se quebram na pedra, onde nasce um amor impedido pelo medo de se quebrar, medo que impede amar, a incerteza de poder se livrar da morte, ou pelo menos, do filho que ela gerou dentro de nós!
São lágrimas de impotência que choram antes do fim, e que dizem tanto mais quanto esse fim de tarde,,, não esperam mais, não choram mais!

É assim que nada esse pássaro beirando os limites do céu, entre o abismo e a liberdade!

É assim que somos nós... na praia dos sonhos, no colorido que seus olhos me deram de presente, no presente em você, por estar ao meu lado!
Mesmo distante, abraçado pela vegetação dessa ilha que somos, sinto o perfume de seu carinho, e a proteção de seu sentimento!

Obrigado

Pois seria apenas um náufrago sem a balsa de teus braços.

fecastro

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