sexta-feira, 30 de julho de 2010

Jura

Sem mais tempo, me despeço desses maxilares de força,

E deixo ir comigo o resto do desejo que ainda morde teus lábios,

Desacostumando meus pensamentos a se manterem longe de você!

Assim, digo que não basta apenas um toque, quando sentimos todo o resto...

Não basta uma ausência na espera de uma iniciativa, quando não se esta lá para se iniciar alguma coisa, quando se finge que não esta...

Já mais que uma vez estive lá, no lado que você julgasse mais próximo de você, e mesmo assim, estando aqui, se coloca sempre do outro lado...

Quebramos a mesma taça, e respiramos do mesmo calabouço os vestígios de lágrimas e gritos que sufocamos ao impedir esse beijo... esse último e derradeiro beijo na despedida de um sonho que sempre retorna, mas nunca se conclui,... um sonho que nunca deixa de ser um sonho!,

Isso é a sua face sorrindo pra mim no instante de um desespero onde você não está lá, onde sinto perplexo o corte da sua ausência em minha pele, e os tragos de solidão em cada cigarro que fumo somente para enxergar seu rosto na fumaça...

Isso é você vestido de noite, intacto, impenetrável, intocado pelos gestos de meus olhos, pela música de meus lábios,, isso é o que sinto cada vez que nos despedimos sem o corpo, sem fala, sem razão...

Mais que uma vez estive próximo dessa miragem de suor e felicidade, e mesmo assim, não alcancei a poesia com as mãos, não encostei o infinito com os olhos para poder chorar as lágrimas da eternidade,,,,

Não existe o para sempre onde poderíamos viver esse único instante, não existe calma,, não existe retorno sem dor... a pedra que empurramos, e que cai, que rola...somente para ser empurrada de novo! Somente para fingir a vida no túmulo de um coração sem voz... rouco de tanto falar... de tanto dizer... não da mais para esconder..! não da mais para não sentir...não da mais pra segurar...

Se não morre-se de amor, morre-se de desamor... todos os dias eu morro na cilada dos teus movimentos,, morro seguindo sua pista...! uma pista que não me livra da dor, que não me leva a você...

me perdi no caminho, me perdi em seus olhos, cegos, sem escutar a música que te segue , como uma cauda de um cometa feito de paixão....

Acabaram-se as chances de viver de novo..., de anoitecer sem solidão...Acabaram-se as fichas... apagaram os números dos dados, Abaixaram o volume do som,... acenderam a luz....

Sem mais ter o que pensar, dizer, ou sentir...

Retornamos para o final, onde tudo começou...

A festa acabou,

Sem ao menos,

Eu te dizer o quanto

Preciso te dizer...

Adeus!

 
fernando castro

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