domingo, 11 de abril de 2010

P.C. (Pequenos Contos)

Uma poesia sem flor,
E nos reflexos patéticos de sua alma sem calma,
Desvio meus olhos do amor,
E das inúmeras paradas ao longo dessa estrada
Sem fim
Evitando assim,
O tanque cheio de sofrimento
Pois morrendo sem viver essa viagem
Morro sem viver
Essa viagem em você!

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Um simples caderno em branco esquecido no sofá,
Ao lado de um tinteiro de lágrimas,
Esquecidas por teus olhos,
Com uma caneta de Pena
Na última vez que visitou
A sala do meu bem estar!
Um simples sopro,
Para por fim nas brasas
Esquecidas no cinzeiro,
Na última vez,
Que dos meus olhos,
As lágrimas veio fumar...

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A certeza de uma incoerência
Numa incerteza de começo
Era como se o Sol não viesse com a manhã
No princípio dos dias,
Nos primeiros dias do mundo
Como se as nuvens passassem em branco
No céu de nossas almas
Tingidas de rosa
Que em branco ficariam desalmadas
Vazias de luz
Sem sol
Escurecidas,
Assoladamente
Desoladas!

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Triste glacial fim de verão
Onde as andorinhas congeladas
Migram sem asas
Para solidão além da estação
Onde os corpos de pedra
Atropelados pela emoção
Migram sem asas
Congelados
Para algum lugar
Além do caixão!

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Como se possível fosse
Em teu olhar meigo doce
Acreditar,
Em amor sem morte
Em lágrimas sem corte
Em morte sem foice!
Como se possível fosse
Em teu olhar
Onipresente
Deixar incipiente
Essa absoluta
Vontade
Inconsciente
De amar!

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Teus olhos me dão um tiro, que me tira o domínio
Expulsando meu corpo dos limites atirados em mim
Dos contornos colocados em volta
Dessas grades de sempre
Que sempre foram assim
Olhos que me prendem fora dos muros
Fora de mim
Olhar que não liberta mais
Para sempre desperto
E mesmo de longe
Sabe que preso se fica
Quando se fica
De perto

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Cai a noite em minha floresta,
Mais ainda quero continuar te enxergando no escuro
E saber que mesmo cego, ainda me vês!
Quero ter a certeza, que não será somente na luz,
Meu príncipe das selvas,
E que o amor que dispus,
Mesmo nas trevas
Sem olhos,
Enxergas!

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Ontem, deixei uma morte pra trás,
E desse pedaço da vida,
Deixei também um menino velho
Saturado de poesia
E Impregnado de todas as desilusões
Pelos amores da vida, trazidas!
Um velho desamor
Deixei ontem para trás
E desse pedaço de afeto
Um corte aberto
Uma viva ferida
Pela vida e seus amores trazida
Deixei ontem para trás
Deixei com a morte
Esse corte
Que já desde antes de ontem
Me dizia:
- “Querido, nunca mais !”

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Com todos os dias sendo todos os dias
Saudades vêm mais por nesses momentos saber
Que todos os dias poderiam
Não estar sendo todos os dias
Como todos os dias são!
E sem você
Estando no meio dos meus dias
Fico sabendo porque
Todo dia sinto falta
De saber como seria
Todos os dias
Com você!

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As noites continuam frias
Mesmo com o cobertor
Cobrindo-me das noites que não vivemos
Mesmo com a janela fechada
Escondendo dos meus olhos
O resto do mundo que nos separa
Mesmo com as mesmas
Paredes do quarto
Me lembrando
Do concreto que não somos
E de tudo que não seremos
As noites ainda continuam frias
E mudos continuam
Ambos os travesseiros

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Será que sinto o que sentes
Ou será que sentes o que sinto?
Será que minto
Quando sinto que sentes
Ou será que me desmente
Quando te digo
Que sinto?
E se minto o que sinto
E tu me desmentes,
Será que não sinto
O que quero achar
Que tu sentes?

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Tempo que se perde sem fazer , tudo que imagino ser
Tudo,
Perde-se sem ser
No tempo, no vago
Insinuante e possível
Sentimento
Que perde-se antes mesmo
De imaginar que se pode
Ser
Sem
Perder
-Se

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Na taça de vinho sobra reflexo
De algo que não entorpeceu
Não se embriagaram os meus olhos
Bebendo nos olhos teus
Olhos da manhã
Refletidos no meu copo
Que escureceu
No dia que seu olhar
Não mais
Em olhos meus
Amanheceu!

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Uma outra vez,
A visita de uma chance
Morta pelo vício,
De um transe fora de mim
De um controle e de um resgate
Daquilo esquecido
Nos Escombros da dignidade
Uma outra vez,
A visita de um professor
Que sem comentários
Em sucesso sutil
Discreto
Ensinou o valor
De uma poesia de rosa
Num verso de dor
Com palavras caladas
Que se furtam do amor!

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Beijos que matam,
Justamente
Por não terem sido beijados
Abraços que ferem
Por não terem sido dados
Presença presente de uma ausência constante
De dor insanável que ultrapassa
E dói mais no silêncio
Desse teu corpo rarefeito,
Que no encontro imperfeito virou fumaça!

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Carne que arde
A cada instante dessa noite esvaziada de ti
Estrangeiro infernal
Nascido do meu abismo
Que os poderes te outorga
De ser imortal
Carne que arde
A cada instante desse infinito alarde
Da imortalidade infernal
Que soa na noite esvaziada de ti
Meu Anjo fatal
Separando sempre o dia
Da treva,
Vazia
Que contigo,
Antes de ver o começo
Já viveu o final!

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Eu sei que não vou chorar,
E que não se chora mais
Também sei,
Que não se deve ligar tanto
E não mais se deve amar
Com ou sem prantos
Não se deve mais amar,
E chorar
Eu sei que não vou te amar
Muito menos chorar
Porque sei que não se chora mais
Por toda minha vida, eu sei
Que não chorarei mais
Alguém
Que não soube conhecer
Que desesperadamente
Não soube amar!

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A noite não mais escurece
E junto de teus olhos
Brilha Sempre o sol
Sei que não posso mais dormir
Sem a noite dentro de mim
Porém em ti
Ficarei acordado
Para o resto dos dias
Que me restam
Ao seu lado
Sufocado de luz
Morrendo de insônia
Com um buraco no peito,
Um tiro... E um coração roubado!

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Desapareça menino sem critérios
Me faça escândalo na porta do prédio
Me tire de louco, me deixe histérico!
E grite aos berros que não merece me amar
Chute as latas, e os cachorros vira latas
Que passam pela rua da minha sarjeta
Que uivam de fome e remexem o lixo da minha calçada
Chute os vagabundos que me cercam
Que meu ar afoga
Que na minha fraqueza me sugam
E na minha tristeza não me dão folga
Jogue na minha cara
A carência descarada
Que me droga
Que me usa
Mostre no espelho
Minha insegurança obtusa
Nessa Impostura confusa
Que me coloca a mercê
Daquilo que invade
E me abusa
Escancare com o teu silencio
Os vícios que corroem minha carne
E cuspa para o mundo os restos dos beijos que não me deu
E dos que me deste,
Compartilhe com as mesmas prostitutas
Que em promiscuidade de olhar
E conduta
Vendi minhas noites em claro
Nos virtuais toques
Desses beijos de cicuta
Faça de tudo
Príncipe redentor
Para um dia se lembrar
Que no meio de um pântano
Também nasce uma flor
Que na imprecisão dos meus passos
Também se via
Amor

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Cobre o véu teus olhos céticos
Duvidosos,
Acostumados com gestos
Dissimulados
Com intenções veladas
Mesquinhos desejos disfarçados
Olhos treinados para desconfiar!
Mas que seja esse véu
Das pálpebras descosturado
E que os desejos
Revelados
Falem por si só
Por mensagens que ficam no ar
Palavras ao vento
Que te assopram
Devagar
Os versos
Que minha alma
Lhe quis falar!

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Mais uma vez boa noite,
Distante treva juvenil,
Do principado infantil
Que me deixa sem fala
Mudo na treva do olhar!
Boa noite, uma vez mais,
Príncipe poente
Da Geração decadente
Do tanto fez como tanto faz!
Boa noite, brinquedo que brinca
Nos olhos do espelho
Que o meu boa noite
Reflete
No teu esplendido bom dia!
Bom descanso,
Bailarino da agonia,
Que desperto embala
Pela noite,
Eterna sinfonia!
E Se faz distante
Em madrugada dançante
Enquanto eu danço
No sentir inconstante
E no quarto descanso
Com os versos amantes
Que sem voar
Alma viva
Não pude lhe dar!
Boa noite,
Bailarino do olhar
Que mesmo me tirando a alma
Sem pernas me faz dançar!



fernando castro ..... madrugada de um sábado 11...de abril ,, de 2010!

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