sexta-feira, 1 de outubro de 2010

VCertigem

Respiro agora, depois da tempestade desse encontro, posso respirar
Quero voltar ao início, e atravessar de novo os minutos de dor e amor...
As horas que existiam lá fora,,,
Do outro lado do mundo, fora de mim e de voce, do outro lado da calçada,, onde o resto acontecia, onde tudo o que não importava tinha vida...


I’ve wanted so many times

And I’ve faked so many lies

But it was true baby,

Baby,

It was true…

Everything I lied to you

You’ve heard it all

There’s nothing else for us that I can do

There’s nothing else to lie except the truth



o tempo é o mesmo, cada vez que o sol está entre nós, cada vez que o sorriso penetra a tua face com todo o poder que a felicidade pode conter... com toda a força que existe na expressão máxima da vida, no símbolo da liberdade encarnada na carne, na pele,,,, cada vez que dividimos o espaço é poder não estar no espaço, é poder provar para o tempo o quanto sabemos perder todo o tempo desse mundo sem sequer notar, sem sequer lembrar que ele existe, que ele passa, que ele nos arrasta para fora de nós, de volta para a solidão...

de volta para separação

de qualquer forma que isso possa ocorrer, sempre intensa, sempre sofrida, sempre transbordando no mundo dos fatos toda a dor de deixar para trás o que não podemos levar, o que não podemos ter, o que não nos pertence...

os copos se quebram, as lágrimas aparecem, a noite fica mais escura...

toda a certeza de saber da nossa impotência perante um ao outro extravasa na realidade, explode nos gritos e nos gestos, estremece a consciência ao ponto de se perder no meio de um caminho sem chão, sem mapa, sem futuro... ao ponto de se embriagar num volante sem direção, de sumir nas horas da estrada, dirigindo no escuro, na chuva, na fúria da tempestade, no risco de morte...

o tempo é o mesmo, não importa quanto tempo tenha passado desde a última vez, desde a última pista, é a mesma música que nos persegue, que nos envolve, que nos faz morrer de tanto dançar,, morrer de tanto amor...

mas eu quero mais, sempre quero mais do que posso ter de você,,, talvez por nunca ter me dado o suficiente, talvez por eu achar que suficiente não existe, ou talvez porque não exista mesmo, independentemente da minha opinião,,

eu quero ir além, além do que fica contido no ar, além do que o imaterial está sempre sugerindo,, além do controle psíquico, e do impulso físico, quero atravessar o desconforto, o silêncio no vazio, o que reside no final do baile de máscaras, quero inalar esse perfume do depois de amanhã, misturado com suor, com o câncer da incerteza de ser o que se mostra ser, ou da certeza de não ser, quero a solidão, a tua solidão, o teu desespero e a certeza de abandono, quero o medo que existe por trás da imensidão de pedra inabalável, os calcanhares da torre, quero a terra por debaixo dos alicerces, quero a lágrima... sincera, gigante, incontrolável...

sim, o tempo será sempre o mesmo enquanto não passarmos de fase, é como um videogame para crianças autistas atormentadas pela repetição, no fastio que o excesso de doce pode trazer ao paladar, na debilidade que o medo pode gerar na hora do pulo, do salto, da queda!, na segurança de um vicio, atrofiamos as asas quando nascemos para voar,, simplesmente porque não paramos de andar, em torno de nós mesmos, em círculos infernais, deliciosamente redundantes, acolhedores, pequenos...

simplesmente porque não nos reconhecemos fora do caos, ou pelo menos, fingimos que não.



And I felt cold,

Apart your lips,

The world feels so cold,

And cries the heat

I can not hold

When I miss the words

You did not speak

But with the eyes

You just have told

 
 
FC

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