CRIANÇA ESPERANÇA
Desponta no arraial
Belo dia sorridente
No espaço sideral
Para alem do simplesmente
Se sambar tristemente
Sem a tal conversa
De jogral
De criança e esperança
Que condenada
Sem lembranças
Já cedo na rua aprende
Os passos da confiança
Que na rua faz sambar
De fome de medo e de chuva
Criança linda a desfilar
Na rua cedo aprende
Sem teto já sambar
E samba esperança
Nos olhos de chuva
Da criança
Que samba, samba
De fome, de medo, de rua
De lama no salto
E veia na agulha
Samba de fato
No lixo, no rato
Na ponta do pé
No cristo da fé
Sem vileza, sem maldade
Samba nos confins da cidade
Ruidosa, temerosa
Descalça na cidade maravilhosa
De ponta cabeça
A quem se enterneça
De junto sambar
E essa criança do samba
Esmolar,
E colar, descolar,,
Na escola
Os sacos de cola
Que também vem sambar
No mito, e no grito
Nas ondas da praia
Na pelada e no rito
No rabo de saia
Que Também vem sambar
De olhar
Certeira
Criança marota
Do samba de gafieira
Se esfola na vida
E na sola
E nunca do samba se cansa
Nunca pára de sambar
Criança do rio, do mar
Que Dança, dança
Criança do samba esperança!
Nunca pára de sambar!
(Uma homenagem ao piedosíssimo DiDi)
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SAMBA DO GIZ
O quanto mais melhor
De pandeiro e regalo
Pois Vai de mau a pior
A feira nova do aprendiz
Que vende chama em compota
Para incendiar
Uma frota
De maluco que não me quis!
Vai de mau a pior
Essa gincana
De sara gana
Que não engana quando diz
Largue o pó meu bem
Tu cheiras giz!
E assim
quando padece
O triste louco
Que enlouquece
E não sabe mais viver
Sem saber que não merece
Não saber que viver
Muito enriquece
Ai, se tu soubesses
Se tu soubesses
Eu então,
Nada mais faria
Pois do ar
Tiro alegria
E então
Eu nada mais diria
Pois ao calar
Eu dançaria
Ai, isso entristece
Esse teu rosto
Que no desgosto
Apodrece,
a face tua
da alma pura
Que insegura,
Fora do tempo,
muito envelhece!
Ai meu bem,
Se tu soubesses!
Se tu soubesses!
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TRAJADO SEM RIGOR
De traje a rigor
Vem meu amor
Me convidar
Pra subir na passarela
E com ele desfilar
Sem traje e sem pudor
Passa por ela
A passarela
Dos confins
Desse meu amor
E nos fins
dos finalmente s
nasce esse samba
irreverente
que felizmente
faz meu amor
de tudo sambar!
De traje e sem rigor
Desce o louvor
Do ensaísta
Em passos largos
De sambista
Desce em socorro
A voz do morro
Equilibrista
Que me delira
E me alucina
Essa nossa lira
Da voz do povo
Que faz o morro
Todo sambar
E eu,
Que já não morro mais
Não fico atrás
Desse fervor
Da avenida
Que sem traje e sem rigor
Me faz calor
Na alma dessa escola
Que de samba e cartola
Me faz na vida entrar
Sem pudor e sem esmola
Junto aos pés
Dessa cidade
Maravilhosa
Para sem fim
Assim sambar!
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BRASIL
Ó, meu pandeiro mulato
Do samba mais nato
Que tanto desfila
No meu porta retrato!
Vem, vem pra perto cantar
Mais pra perto sambar,
O resto que sobrou pra dançar,,
Vem, em noites alvas tão falantes
Em rosa púrpura amante,
Com versos de lábios triunfais,,,
Conversa de rimas ancestrais
Vem, para alem da ladeira
Brasil brasileira
Brasas em tuas fogueiras..
Brasas de bravo Brasil, Brasil..
Tão Bravo, nesse samba que é gente
Nesse calor que desmente
A Frieza na alma do olhar!
Vem, se tu assim nu me vem..
Não mais preciso de nuvens
Para sem asas voar,
Em ti, pra ti,
Vivi, tanto, nesse Brasil tantos prantos
Nesse tesouro recanto
Esse teu jeito de amar
Vem, cada dia mais perto
Desse seu povo liberto
Do medo que impede sambar
Brasil, Brasil....
Brasil tão fogueiro,
De mulato matreiro
Numa esquina de bar
Samba, toda noite criança
Muito alem da matança
Do sangue que paira no ar
Vem, pro meu lado certeiro
Descalço e nu no terreiro
Em alma minha desfilar
Vem, tão sozinho e sorrindo
Vem com a graça tinindo
Para comigo dançar
Em ti, pra ti, vivi....
Brasil, Brasil,Brasil, Brasil....
Sei, o quanto devo sorrir
Por esse solo permitir
Tanta alegria pra dar
Sei, que devo imensamente
A todo o povo da gente
Que ta aqui pra sambar
Por ti, por mim, por nós,,,,Brasil!
Brasil, Brasil!
Sem mágoa, sem querelas!
homenagem sutil
pra esse país de aquarelas!
Aquarela do BRASIL!!!!
Fernando Castro
Hohoho...
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