sexta-feira, 21 de maio de 2010

CELEBRATION

Madrugada de amor rosa.

Vibrante teor de libações amorosas em copos descartáveis de prazer.

Adoramos os sentidos nos acordes enquanto acordados em êxtase e delírio,

E retocamos ao Máximo o ponteiro da chave, para manter aberta a sintonia dos anjos rubros de batom e de asas escancaradas, anjos de rabos celestes, e chifres que, talvez, não deveriam estar lá!

Assim, o ritmo das horas flui perpetuamente estável e indolor, transpassando nossos sentidos em absoluto silêncio, apesar da algazarra insuportável que imprimimos em cada metro quadrado do círculo que nos rodeia!

Vazamos o suor do pecado, e brindamos com os terráqueos lunáticos o hino da inocência do futuro, aquela que sorri pra essa timidez hipócrita e esse vestidinho cumprido abaixo do joelho!

Quanto mais recatadas, mais facilmente imoladas, e o leito sagrado de uma cama virginal se transforma em altar dos sacrifícios eletrônicos, estridentes, dilaceradores dos entes que não se amam, com o único propósito de abrirem suas carnes para melhor serem entregues à orgia!

A volúpia dos corpos vermelhos me fascina, e embebe meu pensamento como um fanático em busca de sua próxima alucinação!

De repente, o vazio.

Todos já estão condenados, e sabem disso, e justamente por isso celebram incansavelmente a cada dia essa inevitabilidade, essa armadilha, o fado interposto entre um começo e um fim, no qual de nada participamos além. Celebramos esse nó trágico e cruel, movedor de paixões e doenças mentais sem fim!

E assim nos vingamos: celebrando!

Nem mesmo temos que desgastar nossos olhos com lágrimas que não sejam o suor de olhos encharcados de felicidade....líquida!

Pois então, assim continuaremos celebrando para depor um testemunho sem fala, sem papel impresso fora do movimento. Assim continuaremos nos vingando a cada instante que nos resta desse lapso inextrincável, desse hoje sem volta e sem futuro. Desse amanhã que nunca mais.

Assim,

continuaremos nos amando, nessa solidão sem limites, condenados a nunca nos encostarmos de verdade, porém, absolutamente juntos, sorrindo sem fim, até o último suspiro em comum.



Boa noite,

fantasma do depois de amanhã!

f..c....

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