Quero amor e quero sangue,
Na roda de teu olhar engessado na paixão,
Quero o recorte de desejo na lâmina da faca
De sua nudeza castigada e sem perdão!
Quero a lascívia do copo, que escorre pela borda da sua boca
Ao longo da noite saturada de teu perfume,
No descompasso de teu quadril,
No liquido quente de sua roupa!
Verterei o teu sangue para dentro de mim,
Sem pudor ou canudo,
Sem vergonha ou escudo,
Pois quero o cheiro por debaixo de tudo
Que nos transforma em cegos, em surdos, em mudos!
Assim, irei emudecer com as palavras arrancadas de ti,
Sons conseqüências dos toques,
E dos suores que nos fazem mar
Que nos penetram de carne
E sangram no espírito junto a fome de amar,
Na alucinante torpeza infinita
de tua pele avermelhada,
quero por fim em toda a timidez distribuída em teu corpo,
e suspirar de irrefletido êxtase a cada instante
derradeiro e infinito
que em teus braços despidos
meu peso se faz pendurar!
Assim, sendo o veneno de mim mesmo
Posso sem remorso
Estancar o meu medo
De sentir tão perpétuo,
Minha carne em teu peito
Para sempre sangrar!
fernando castro 30.03.10
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