quarta-feira, 4 de agosto de 2010

“PAPE SATAN, PAPE SATAN ALEPPE”

Resta-me o vício
A dor de teu parto
Sou a morte ao quadrado
O beijo e o feitiço
Resta-me o vício
O velho que enfarto
O rosto de Cristo
Sou o seu sacrifício
Do seu mal
Sou o início
Os pedaços de Céu
Recortados de grade
O duplo da foice
O sol crueldade
No beijo demoníaco
Sou a prata e colher
O doce amoníaco
Sou um homem mulher
No orgasmo da flor
No Sexo lírico
Sou o que resta nos bares
Tijolos e garrafas
E os pratos nos jantares
Das santas casas tantas
Que rezam meus pesares
De joelhos em seus filhos
Do seu mal
Sou o início
Ainda resta-me o suor
Resta-me o vício
Da euforia ao redor
Resta-me seu corpo
Desnudo de amor
Sou atemporal
O tapete de averno
Sou coringa infernal
Resta-me o inferno
A santa ceia
Resta-me a dor
Saltando na veia
O sangue no quarto
Que escorre da cama
Resta-me o vício
E a lama,
A lama...

fernando castro

Nenhum comentário:

Postar um comentário