quinta-feira, 19 de agosto de 2010

INVEJA

Inveja,

Incompetência de ser aquilo que se deseja, ou de se ter aquilo que quer…talvez o próprio abismo entre a ignorância das próprias possibilidades e o suposto sucesso que encontra-se no possível que desfila nos olhos do outro! Invejar é negar a si mesmo... Não sabe o que fazer de si, pobre crítico enamorado do brilho alheio, e prefere resmungar as piadas da própria existência nas entrelinhas ordinárias e mesquinhas de seu cotidiano medíocre e infeliz... o outro será sempre o alvo, e os dardos de seus olhos, flechas que nunca o alcançarão... pois ele somente é alvo para ti, querida menina das tiradas colocadas, das risadas de veneno, do sorriso de pedra e cetim, para ti e para aqueles que como ti, cracas da luz, sorriem com pele de camaleão e lábios de feitiço, e que devido ao próprio genoma de uma fraca composição, não possuem as bases para se suportarem em pé diante dum eventual confronto, em uma leal e direta acareação... Inveja, pobre de ti menina feia e bastarda, servente do obscuro e das intrigas que corroem a humanidade em seu bronze, ferrugem da vida, geralmente vem como amiga, e como amiga partirá, para invejar sempre mais, em outros campos de flores, em outros lares e em outros amores tantos, pois quem não tem muito a oferecer, não precisaria necessariamente sugar, bastaria pedir, bastaria olhar por outro lado o inimigo admirável que não existe, o venerável objeto de desejo, que não será nunca nada além dele mesmo...., mas infelizmente, quando esse desprovido de talento e amor próprio nasceu já picado pelas presas desse pecado tão capital, de todos o mais pecado, talvez o único real, então, nesse caso, que a beleza se afaste, pois nos olhos de cova rasa e cínica, toda beleza que está próxima e tangível, será sempre alvo irresistível de uma amarga, satírica, inconfessada crítica...



Quem bate?

É o frio!

Mas frio, tu não podes bater assim,

Pois você já bateu, em outra casa de alguma propaganda que não sou eu!

Mas como assim,

Insistes em bater, ó frio!

Não posso lhe deixar entrar,

Pare, não insistas... não poderei conter-me por muito tempo,

Estou passando mau de calor,

E queimo onde encosto, meus pés estão em chamas, meu carvalho está ardendo!!!

Quem ainda bate?

És tu, frio de rigoroso inverno, que mesmo assim não me gela,,,

És tu, para aplacar minha chama?

Ó frio, meu vizinho é soberbo, onipresente...assiste minha vida de binóculo!

Se entrares, irá me denunciar, dirá que plagiei o inverno

Dirá que já entrou em outra porta, e que em porta minha não entrará

Dirá qualquer coisa, qualquer coisa de ruim,

Mas certamente dirá...

Mesmo sem ter o que dizer, tadinho,

Pois ele mal sabe escrever,

Mas eu o conheço muito bem, amigo frio,

Ele dirá,

Pois então, não batas mais,

Vou morrer de calor, lhe sorrindo, lhe dizendo

“Não adianta bater, eu não deixo você entrar”




F.C.....

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