segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Corpo Manchado

Prometi as verdades por tantos caminhos
Mas não cumpri nem metade
E me vejo sozinho!

Senti os seus pecados com todo carinho
Se mudou de cidade
Arrasou meus moinhos!

Hoje sou rei de minha solidão
E do teu rosto tão caro
Me resta uma face que não me desce o perdão!

Atravesso o tempo com uma faca sem corte
E no sangue um veneno
Com gosto de morte

Meu corpo manchado
Estou preso em você,
Meu rosto marcado
Estou indo a mercê

De seus passos passados
Rompi nossos laços
Trai seus projetos
Mandei tudo pro espaço

Prometi as verdades por tantos caminhos
Mas não cumpri nem metade
E me vejo sozinho!

Senti o seu fado com todo sorriso
Mas não sorri com coragem
E me vejo perdido

E se hoje definho,
Meu corpo manchado
De mágoas e vinho
Sei que não posso
Nadar em seu mar
Sem estrelas, sem cores,
Sem golfinhos...

Sei que não posso
Sentir seu carinho
Meu corpo manchado
Na rosa da morte
Meu sangue marcado
Pelo corte do espinho

Sei que não posso
Viver ao seu lado
Trilhar seu caminho
Meu corpo manchado
Não cumpri nem metade
E me vejo sozinho!

Fernando Castro

Nenhum comentário:

Postar um comentário