domingo, 1 de agosto de 2010

Homens de Antenas

Homens da noite, do pecado de um só
Homens em quarentena
De cidade pequena,
Que amam sem medo, e choram sem dó!

Varrem minhas lágrimas
Em noite tão serena
Onde estrelas tão terrenas
Viram lágrimas em pó!

Homens do lado de lá
Da alma que acena
Pro amanhã que virá
No cheiro de noite diluído ao redor!

Homens da cidade, tão pequena
Sempre ligados, de antenas!
Saem de cena, quando os astros vão brilhar
Despindo o manto desses olhos de Iracema
Perfume alfazema nessa noite serena
Onde olhos maduros
Nos homens escuros
Sem estrelas vão brilhar

Homens da noite, do pecado de um só
Homens em quarentena
De cidade pequena,
Que amam sem medo, e choram sem dó!

Homens da cena
De antenas
Perorando no bilhar
Com bolas de faísca e fumo
Na ponta dos dedos
Um taco, e uma noite, pequena
Desses homens em quarentena
Mirando em meus olhos
Escuros
De cena
Jogam seguros, com tato
E no momento exato,
Uma tacada,
Amena
Em olhos que jogam bilhar
Nessa noite sem estrelas
Que dói e condena
Esses homens de cor...obscena,
Morena
Que não sabem amar!

Homens da noite em quarentena
Que jogam sem dó
Um tiro certeiro
Na alma terrena
Desses homens da noite
Desse homem tão só!

de fernando p/ chico buarque, p/ a., p/ g., p/...  etc!

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