quinta-feira, 16 de setembro de 2010

para se lembrar de esquecer

a mesma luta e a mesma sensaçao de derrota,,, como se os dias devorassem o tempo que nos resta para fazer alguma coisa,,,como se precisássemos fazer... como se a vida nao fosse significar mais nada, se nao devolvessemos pra ela a indignaçao ante o seu absurdo, ante o inexplicável, ante a facilidade de se conformar com a fatalidade do nosso próximo que, certamente, nos abandonará... como se nao nos perdoássemos por sermos feitos para tão facilmente parar de chorar...!


Levantou com a cara inchada,
As mesmas desculpas...
Não lembra de nada,
Dos gritos na fumaça
Dos beijos e dos tapas,
a boca cortada
no desejo da taça...
no cinto que escapa...
não lembra de nada
nem do fogo na cortina
ou da polícia na esquina...
não lembra ou não fala
esse olhar cego na retina
que não cala, não cala
o pavor desse mundo
em goles de lucidez
o retrato imundo
de sua altiva pequenez
não lembra e não fala
ou lembra e se cala
na covarde bebedeira
queimando seus olhos
com lagrimas de solidão
amarga fogueira
que queima seus dias
sua carne é lenha
que não lembra de nada
e que se enterra sem alegria
na loucura de suas mãos!!


As mesmas desculpas,,
Não lembra, não fala!
Levantou com a cara inchada...
Não se lembra de mais nada!

 
fecastro

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