Se você não vende mais tubaína
Não faça carnificina
O santo é o pai do negócio
Mas meus Deus não aceita
Nem nunca aceitou Propina
Se você não falsifica a Gioconda
Senta comigo, a távola é redonda
Mas se ainda insiste na cabeceira
O que sobra
É tornozeleira
Se gironda um dia foi criada
Salada de um credo hoje
Deputada
Se deputar não é ser puta
Por que corrupta
Vale mais, ou ainda é
Sinônimo de puta?
Tem muita puta que não é puta
E muita astuta que é
Muito mais puta que muito filho da puta
Não só a mãe, mas a professora também ensina
A própria filha, diplomada
Ser mais uma “toga da filha menina que deputa”
Não honra nem o pai, nem a mãe, nem a mulher
Cega que todo dia vai a luta, vai a missa,
vai a esquina confessar seu pecado
"preciso levar pra casa
o aluguel, a luz, a fralda
e o escapulário"
ante o cú do padre do que o mestre tributário
Mas vale mil meninas na esquina
Do que uma vira lata,
Na cesárea sangria
do "eu sou culpado, mas não confesso"
Hemorragia nacional
advogados criminalistas milionários
velando aos ventos do congresso
Flatulência de mil instâncias
Não sobra nem um centavo
Só aumenta triste distância
Para aproximar o pão da barriga
e os olhos
da melancolia
mas para pagar os honorários
milhões defuntos da sucumbência
mil são os dromedários carregando
as duas corcovas do cerrado
nunca vi camelo na Amazônia
nem cobra escrevendo errado
numa corte imperatriz
onde juiz vira espantalho
e bandido, carcerário
de quem?
ainda existe alguem
que nao se sinta
refém
qual tamanho da fome?
qual tamanho da latrina?
Se eu parto um marginal com a faca
Sou exaltado
Se parto um país
Sou canonizado
Se parto pro estrangeiro
Sou exilado
Se parto a constituição no meio
Sou um cool “revolucionário”
Esse negócio de esquerda
Na direita, do semáforo
Parece coisa pra inglês vê,
Numa ilha onde a mão
É invertida, direita é na
Esquerda, e andar reto
Na linha, é manobra proibida
Isso vem dos cavaleiros
E dos livreiros, romance comensais
De uma lenda numa terra muito
Antiga, de um tempo quase o novo medieval
Onde conduta e moral
Eram éticas, e andavam juntas
De mãos amigas, seja urbana
ou na zona
zona rural
Quando a cavalaria, a lança
Destra erguia, seu ginete era
Colossal, do outro lado da avenida
Agora, vamos parar de bafafá
Aqui não tem mais guerra do chá
Chato “mânico”hostil
Aqui a guerra é quase uma subliminar, tácita...
Iminente
Guerra civil
Se não arrancam cada fio
Daninhas ervas do meu terreno
A forca passa no pescoço
Do supremo
Sem navalha obscura
Feio a foice cortando o feno
Ceifador tropicalista
Antidoto antagonista
Corta o veneno
corta o direito fel
da mão sinistra
Tétano não escolhe quem perfura
Feito a justiça
É cego, e humanitário
Feito a morte
É igualitário
O Ultimato tropical
Nas grades podres
Enferrujadas
No cume JUDICIÁRIO
o laudo pericial
no beijo do peculato
o gosto do hino
nacional
contra argumentos
apenas FATOS
FC
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