terça-feira, 5 de outubro de 2010

Po' der ninguém

A Terra desaparecendo debaixo dos edifícios, transformação das agonias em rituais de liberdade contínua... os cadáveres serão tragados de votla para o subsolo, e os espíritos livres estarão com os pés firmes no chão!

SORRIA, VOCE ESTÁ SENDO FILMADO, e poderá ter os pulsos cortados na sala de edição...Poderá ter suas contradições hipócritas acentuadas pelo Photoshop, o teu coração de pedra esmagado pelas rodas dos tanques comunistas transformados em sucatas, mas movidos pelo pensamento... inquebrantável pensamento, mais energético do que todas as tuas ogivas, do que todas as tuas orgias fúnebres massificadas na infinidade de balas metálicas que livre e indecorosamente distribui pelos corações humanos...Fantástico pensamento, arma dos anjos que lutam na Terra: cerceias nossa locomoção, negocias nossas notícias, engavetas nossos jornais, mas jamais aprisionará o nosso pensar, e todo o resultado que ele já trouxe para o mundo...

ESTÁ NA CARA, Limpa, sem distorção, sem tuas infectas agulhas de botox e plásticas in vitro; é pele com pele, olho com olho... não precisamos mais sentir a neblina branca do talco que escorre das tuas luvas cirúrgicas, das tuas tocas e proteções nas salas de cobaias, de operações e castrações, do teu avental esterilizado pelos escravos do teu hospital...

Não precisamos mais nos intoxicar com o teu cheiro nefasto de limpeza, com a tua mania fascista de contabilizar os fatos, com a polida acidez do fluor degenerado que teus dentes vomitam cada vez que sorris...

Não precisamos de mais nada que venhas de ti, nem das pequenas ou grandes instituições, nem das grandes ou pequenas cruzes, nem das covas vazias que guardaste para nós no jardim do teu escritório chamado cemitério...e muito menos das tuas âncoras espalhadas nesse globo, nessa rede que chamas Globo, com essas âncoras atracadoras de vida, que distribuem as algemas das intenções do teu Globo ocular... Uma rede, uma teia, que enrosca e trafega pelas correntes conforme a conveniência dos teus negócios marítimos, da tua irrefreável pirataria de almas e inocências, do teu insaciável apetite por sonhos de homens condenados a serem livres na consciência do teu pesadelo!

NUNCA mais, nunca mais.

Continues na ilusão de que estás no poder, de que sobrevives no comando, de que essas favelas bancárias e barracos religiosos se sustentarão por muito mais tempo...porque agora somos nós que te usamos e lhe devoramos por dentro... Somos nós que disseminamos o gérmen e pulverizamos o seu próprio vírus mortal... A imunedeficiência de ti mesmo, meu querido! Nós que espalhamos a nossa cura pelos jardins das casas,pelos ossos do ofício na osteoporose da tua hierarquia, pelos digas me com quem andas, que lhe direi quem és, meu sublime perdedor!

Somos nós que nos libertamos daquilo com que sempre nos manteve amarrados, presos, escravizados...nós que nos libertamos da maior e única verdadeira arma que sempre utilizou para nos manter sob seu domínio, em vil custódia, em euforia passiva, sob controle, em teu poder... Nós nos libertamos da única prisão que nos impedia de vencer: Nós mesmos!

E com isso desmontamos todo o egoísmo com que sempre nos controlou. Repudiamos toda a mediocridade com que sempre nos manteve afastados um dos outros, por mais envolvidos pela palpável ilusão de comunhão e proximidade, sempre distantes, sempre em busca das próprias pedras, as tais gemas da felicidade penduradas no sorriso do seu outdoor no horário nobre do Globo, porém nunca lá, nunca lá, pois são pedras de pó, o ouro é pó, e o pó é vidro, como os teus olhos, como os rubis que ostentas nos dedos, é tudo pó, e Terra, e terra, e folhas ao vento, e sorrisos para o agora, e as lágrimas para o esquecimento... É tudo um só...

Não existe nem eu nem você, não existe poder além da ilusão, pois além da ilusão só existe o ser, e sermos amantes daquilo que chamamos nós...portanto, meu querido, nessa Terra de amantes e crianças libertas, que engulas os teus dados, que roas as tuas unhas, e que inales cada centímetro de dor do pó dos teus diamantes.

F.c.

Nenhum comentário:

Postar um comentário