quarta-feira, 20 de outubro de 2010

"afaste de mim esse Cálice"

que trago eloquente,
pois bebo as avessas da taça
e na voz tua que me transpassa
encontro te luzente,
e de um clamor vivente
rogo-te que escutais
meus passos comedidos em gestos,
e em frases minhas,
tangentes ao copo,
aquele que nao mais entornarei!


nao entornarei também as taças,
nem ante a vis trapassas
que para o fundo do cálice me levais,
controlarei assim ereto
o desvio de nexo que doses outras
do passado acobertais!


sofro de bom grado,
meu libertino envidraçado,
e sem quebrar ou estilhaçar,
arremesso para longe esse cálice
para nunca mais o entornar!


atiro-o para fora de meu iluminado jardim,
e não mais suportarei sua nefasta presença
embriagando as damas da minha noite,
ou melhor seria,
a única Dama de ferro da Noite do meu jardim,
de aço verde e perfumado,
plantada aos montes em torno de mim,,,,
de ferro, pois difícil de moldar,
mais facil a taça nao mais entornar!


por mais que o faças,
com frescor sedutor e convidativo,
repudio o copo
e fico afastado, longe,
em ti somente embriagado,
desprezando o teor alcoolizado
dessa flor de jasmim,
plantada aos montes em torno de mim!


renego nos campos de cevada
a fermetançao adúltera que me faz transpirar,,,
e abomino nas vinhas da ira
o rubro escarlate
que na taça frisante me faz bacante,
me faz delirar!
que me faz cantante,
e dançante
e me faz fauno em fins de março,,
meu possuidor galáctico,
embriagando-me apenas de ti,
em tons violáceos,
nos muros de nosso jardim,,,
faço-me feliz,
pois somente em tuas "fontes borbulhantes"
matarei minha sede,
aonde brinda nossa Lua,
com o cálice do Sol!
Lua nossa que vem,
em puro deleite,
nosso meta físico apreciar,
pois tua meta em mim poeta
metafora para dentro de mim,
nas pétalas dos copos.
nos vidros das flores,
das gardênias, dos lírios, em ti jasmim!


Eu jazo em ti,
e "ti" jaz em mim,,,
e para muito alem
dos copos e das garrafas
vive curioso e pulsante
nosso interesse mútuo, enfim!


para além dos versos alcóolatras
e etilicamente envenenados,
jaz nossa vontade!
e para muito distante
das plantações de papolas
e dos campos de centeio
mora nosso querer!


e ademais, faço me lenhador,
destruidor de vinhas imortais,
para destilar o teu amor ,
em meu peito brando,
em meus braços sóbrios,
destituido do ébrio cambalear,
das falas trôpegas,
dos ímpetos vorazes,
do lastimável saltitar!


e mais, faço me trovador,
e pelos campos insinuo-me cantante,
alegre e jovial, menino impecável,
de todo polido ,
de verso e grinalda,
de trovas e risos ,
para amizade tão divina
em vias celestinas,
pisando em estrelas,
desta forma vir brindar!
deste jeito consagrar,,,
amizade inestimável
além dos goles, dos tragos,
para alem dos frascos,
e dos invólucros de vidro


venho por fim,
somente em ti etorpercer
e ludicamente sorver
das taças de teus lábios
o beijo tépido em fulgor
lascivo em testura
e cujo teor entorpecedor
embriaga nas almas
os sentidos e o sentir
desse lúdico trovador
mergulhando-o nesse líquido volátil
destilado, etéreo:
lucidamente embriagado
por esse perfume
chamado Amor!



q os deuses nos abençoem!

Amém

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