Não olhes para trás,
Não penses em abrir os olhos
E enxergar o rastro de nossa decadência
Espalhados pelos corredores da cidade
Não penses em respirar a fragrância
De nosso perfume, destruído
Por um cometa de ingenuidade
E perversão
Cuja cauda se desfez
Como um véu de açúcar
Derretido num epicentro
De paixão,
E tormenta
Nem mesmo tentes engolir
As sobras e restos dos sonhos
Esparramados pela estrada
De luzes, asfalto e devassidão
Muito menos sentir
O perdão,
Ou fingir
Um arrependimento ineficaz
Não , não,
Não olhes para trás
Pois no estado em que me encontro
De cacos, assombros e ilusão
Não existe mais sangue, nem veias
Jamais
Para tuas palavras irrigar
no meu silente coração
Fernando Castro
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