terça-feira, 1 de março de 2022

PAZ UNIVERSAL

PAZ UNIVERSAL Pelo brilho do sol, onde sentimos o calor, onde nossa temperatura se aquece. Somos homotérmicos. Quando juntos, parece que nos aquecemos mais uns com os outros, do que desemparados pela ausência do outro, que nos empurra para dentro e convivemos apenas com nossos pensamentos. O que acontece hoje no mundo, da noite para o dia, assistimos um tirano demonstrar seu desprezo pelos valores e princípios que tantos, cidadãos, ongs, Estados, que se esforçam para proteger, num mundo ainda cercado por contradições, por correntes invisíveis do poder, por uma guerra de forças que se opõem, ao mesmo tempo que são preenchidas por uma variável de fatores, outras ondas que ora refrescam, ora esquentam o equilíbrio do mundo. Onde encontramos saídas num mundo que já superou os limites de suas atrocidades, e a única resposta foi a Paz? O que é a paz, senão a convivência pacífica e harmônica entre os povos? Esse símbolo, uma palavra que nos traz tanta coisa, que já foi utopia, e hoje se cristaliza como raízes que penetram o solo da terra. O que é a paz senão a conclusão e aplicação do respeito? Ao próximo, a si mesmo, a razoabilidade das leis, senão um período onde estamos seguros que nenhum tremor abalará a esperança que temos de permanecer felizes, com todos os percalços de uma felicidade abalada pelo próprio contexto e cansaço do cotidiano, mas com a certeza de voltaremos para casa, senão felizes, e cansados, mas que chegaremos em nosso lar, para que uma simples poltrona nos devolve o relaxamento que esquenta a felicidade tranquila, de que sim, cumprimos mais um dia, contribuímos para nosso entorno, garantimos a segurança de nossa família. O que é a paz, senão ampliar no mundo essas garantias, garantias de uma estabilidade que torna consciente os líderes, que devem honrar seus súditos, seus representantes, seus cidadãos. Essa troca constante que hoje vivemos, de sorrisos, afetos, que a tecnologia nos aproximou do amigo que conhecemos na viagem mais distante de casa, nos fortalece e nos humaniza ainda mais, atravessando as fronteiras do que um dia foi nacional, para hoje internacionalmente afirmar esse humanismo que a todos nos toca. Através de uma sintonia fina, de preocupações globais, de um imediato acesso ao que acontece do outro lado do mundo, não nos sentimos apenas solidários, mas ao mesmo tempo, indignados, pois não só lidamos com as nossas próprias carências de nossa sociedade, que já nos ultrapassa por ainda não termos tomado a frente, usando a tecnologia disponível hoje no mundo para filtrar as intenções daqueles que aspiram cargos públicos, cuja responsabilidade implica o dever de atenção para com a vida de muitos, mas nos vemos diante de uma situação absurda na qual nos resignamos, nos sensibilizamos, nos confortamos, e no muito, nada nos resta a fazer senão orar. Quem, além dos próximos afetados diretamente por essa eclosão de uma ambição pretensiosa, dos vizinhos, da OTAN, dos mercenário contratados, do povo local que se rebela e se vê com as mão manchadas de sangue empunhando armas, quando ontem mesmo salvava vidas com um bisturi, hoje atira num homem, um igual, para defender todo o contexto, e o futuro de seus filhos. Qual contexto? O que nos priva da liberdade. Ser livre dentro do próprio espaço, digo, do território circundado por uma imaginária linha que delimita fronteiras, já é algo que foi conquistado com esforço e determinação, quando penso na frase “vale muito mais um ruim acordo, do que um bom litígio”. Nós recuamos o que podemos, para não voltarem manchar as ruas de sangue, e limpar restos de civis e pessoas que não tem nada a ver com as megalomanias, ou intenções obscura, que utiliza um pretexto, uma desculpa inventada, para dar ao seu povo, a justificativa necessária de destruir um país, de invadir um país, de passar por todo respeito que a ordem mundial nos reforça, para justificar seus fins, desprezando os meios, quando já nos estabilizamos social e culturalmente, que são as justezas dos meios que legitimam o fim. O que é a paz, na mão de um oficial, que obedece ordens, treinados para matar, depois que a guerra cessa, e o silêncio da desesperança e do remorso vazio, onde as cavas, os túmulos nunca mais estarão repletos do vazio, quando ele ao voltar para casa, e ao dormir, se deparar com o sangue que tinge suas mãos, a memória que nunca mais deixará de perseguir esses soldados, cuja única diferença de um assassino, é descarada, despudorada lei, hierarquia fictícia que promove e sustenta um governo, condecorando assassinos com medalhas de heroísmo, e entulhando seus irmão numa vala comum, com a marca de traição . O que é paz, no coração dos mortos, diante dos familiares vivos que serão obrigados a tapar um buraco que nunca mais deixa de pulsar, de se agarrar numa fé, que muitas vezes acaba sendo a única alternativa, para aplacar a dor, não porque se acredita ou não, mas porque se precisa acreditar. Essa alienação frente o ritmo do mundo, essa covardia diante de seus próprios cidadãos, essa audácia diante do mundo pacificado, é algo que faz a paz parecer tão efêmera quanto um sonho, como se ainda precisássemos de mais que diplomacia, para como adultos, resolvermos conflitos, que infantilizados, afastam o homem de sua razão, de sua maturidade e bom senso, de se equilíbrio, e o reduz a um bebe cercado com brinquedos feitos para crianças bem além de sua idade. Como um louco pode ter tanto poder? O simples fato, de distorcer as informações, de controlar a midia, de corromper as mentes criando um inimigo, para escusar-se do ato, que em seu íntimo deve alguma centelha de humanidade considerar no mínimo vexatório, passando por cima de tratados, de Budapeste, passando por cima de referendo, onde 65% dos ucranianos decidiram permanecer ucranianos, passando por cima do mútua reverência que uma nação espera da outra, hipnotiza um mundo perplexo, encara soberbamente as consequências lógicas de seu atrevimento, e mais, nos atropela a todos, com sua apatia frente aos valores mais caros do homem contemporâneo. A justiça, a liberdade, a igualdade, a fraternidade entre irmão de hino e parentes do além-fronteiras, todos esses esteios que são pilares garantidores da paz, essa harmonia de vozes em coro, que cantam calmamente para nos aquecer de manhã, mesmo no inverno, que nos conforta, que nos protege, mesmo sem percebermos-lha, como um manto, uma coberta que nos aquece no frio gelado da vida as vezes inóspita, as vezes tumultuosa, as vezes não pacificável. Esse simples gesto de autoridade autocrata absoluta, nos remete a um absolutismo que não tem mais espaço no mundo de hoje, que deve ser condenado e reprimido por todos. Quando digo, que através da farsa e dissimulação se conseguiu livremente se aproximar e cercar 2000km de fronteira, é porque covardemente, teve olhos para enxergar seu alvo, o coração de seu falso inimigo, pois a inimizade não passa de propaganda para justificar e apaziguar os devaneios e insubordinações, os conflitos, a indignidade de seu próprio povo, que mansos como ovelhas pascendo nos jazigos ocultos pela grama nevada, de uma paz justificada pela mentira e pelo desengano, ceguem surdos, com a consciência tranquila diante do silêncio da verdade, e da omissão dos fatos, distorcidos para frear a fera de um povo que tem o direito de fazer seu governante se submeter a uma comoção e apelo nacional. Ter a coragem de encarar um inimigo fraco, que pela independência abriu mão de seu arsenal nuclear, o que no mínimo lhe garante proteção de todas potencias civilizadas do planeta, não tem coragem de encarar seu próprio povo nos olhos, dissimulando intenções, quando no escuro, planeja o que nós talvez por estarmos por demais, adocicados por esse efeito pacífico e inebriante da paz, nos amoleceu os sensos, e nos levamos de acordo com aquilo que esperamos que o outro faça em nosso lugar, subestimando a ferocidade humana, seu orgulho, e sua ambição, como se isso fosse um assunto pacificado, e não uma questão inerente a condição humana, que mesmo civilizada, utiliza a própria inteligência para bestialmente agir como um mentor, um defensor, um político que defende seu direito de politizar sangue, ossos, e vidas humanas. Temos sempre a credulidade que nosso inimigo, por pior que seja, seja, talvez por ser tão humano quanto nós, no mínimo aparentemente, corresponda a mesma ética, ou melhor, eticamente diante de situações potencialmente conflituosas, belicosas, incoercíveis. O que tento dizer, de uma forma simples e delicada, é que não podemos subestimar os psicopatas do poder, não podemos deixar o mundo sopesado em nações que se recusam a permanente contradição de si mesmo, partidos de oposição, pois se não posso me opor, tenho que me subestimar, e isso não é um reforço da liberdade, pelo contrário, e uma genuflexão ao escravocrata. Tamanho impacto que a Russia fez, ao se mostrar elegante diante dos olhos do mundo, na copa do mundo, apenas para se mostrar “ocidentalizada”, para agora nos revelar suas entranhas, se unindo com a China onde outro ditador impõem suas ordens, e controla o intercambio de informações da internet, ou seja, governa através da censura. Como podemos inclui-la no mundo, se sem desculpas, nos pisa, retalha nosso condão de humanismo e proteção, guia de toda nação que vigiando se vigia, que até chego dizer, oprime seus sentimentos mais pre-historicos, onde o caos regia a ordem, e uma organização básica era suficiente para delimitar limites e territórios, mesmo que a força impusesse seu poder, já andamos milhões de anos para frente, para hoje ainda não decifrarmos um sentimento, um estado, um conceito, uma visão de mundo por trás de uma simples palavra. Paz. Que sua contradição seja a guerra, o seu oposto, mas calculando o quanto de aprendizado que ao se poupar vidas, investimos em nosso futuro, descartando traumas, e progredindo nessa amplitude, nessa visão, ainda utópica, mas em vias de se concretizar, devido a não interrupção e manutenção das hegemonias promovedoras da paz universal, hoje espalhadas por varias partes do globo, mesmo discordantes em atributos, acordadas num simples fio que a todos nos costura, a justiça cega, a fé indiscritível, a ciência globalizada, a certeza da humanidade por trás de cada rosto, de cada face, essa concordância geral, nos aproxima de um mundo onde a esperança vinga, mais que ressurecta, ela imprime nosso sono e amplia nossos vínculos. O que é a paz, senão o chão que precisamos para tecer nossas fortalezas, que só foram transformadas em casas, porque ousamos acreditar um nos outros? Será que ainda teremos que ousar, ou poderemos, mesmo depois dessas noites iluminadas, simplesmente acreditar? O que é a paz universal, senão o exercício e aplicação máxima do perdão e da compreensão em toda sua extensão, não porque as atitudes deixaram de ser tipificadas, mas simplesmente por que atipicamente deixaram obsoletas todos os códigos penais?

Nenhum comentário:

Postar um comentário