domingo, 25 de abril de 2010

ROSAS cinzas

E continua o céu no seu cinza habitual, como continuam os crimes por trás das nuvens, e os carrascos para muito além das cinzas grades!


A cidade do cinza arde em dilúvios das lamentações, e a cúpula dos deuses bastardos flutuam com pés de Hermes sobre as inundações demolidoras de lares e gravidez! Empatia social desqualificada pela sociopolítica patológica dos carnavais mascarados, dos bacanais patrocinados, das comissões de inquérito dissimuladas, espetáculos gratuitos vinculados em cúmplices e impotentes emissoras difusoras de informação, e festejados secretamente com espumantes importados e prostitutas modelos de alto escalão!

Riem por trás do espelho os títeres demagogos, que palhaço transformam uma massa reduzida a argamassa corrida e espremida contra uma parede-muro que nunca mais cai, e que de fato nunca caiu! Um muro cinza e imaginário, e falso, e real, e puramente concreto que divide, que cerca e limita, os pudores e os valores, e as crenças, e acima de tudo delimita o quanto de ousadia cabe a cada um dos ingredientes calados e insípidos dessa massa cinza de ossos espremidos e carne moída!

Os medos continuam sendo disseminados por todos os canais possíveis de condução de projéteis invisíveis e envenenados, mastigadores de mentes e implantadores de conceitos, de idéias, de medos, de total medo, patronos gigantes da distância do outro, do não contato, da infelicidade feliz do meu sem o seu, de mim sem vocês, da desunião que jamais fará a força!

Esperta e sagaz mão invisível da inteligência dominante, sabe que não podemos separados, e nos perseguem em pesadelos e sonhos para do nosso vizinho medo termos de conviver, e juntos pensar, e sonhos reais além do muro cinza e concreto em solidez de alma e em abundância de vida concretizar! Sabem que unidos somos perigosos, e então invadem e estupram nossas mentes transformando o meu igual num delinqüente pedófilo onde na face estampado está a intenção de desejo pelos nossos filhos, desejo que a pouco tempo chamávamos carinho!, desejo que condena, que exclui, que empurra para dentro da caverna mais e mais, e sufoca em paredes e torna a vida suportável cada vez numa milimetragem quadrada menor, e mais cara, e mais sozinha!, e desprovida de calor humano , de entrega e confiança, desprovida de sociedade!

E dizem que estamos na era da liberdade, da emancipação, do auto domínio, do controle, da superação das fraquezas, fraquezas essas que chamo amor, solidariedade, compaixão, amizade, confiança, fidelidade, espírito, família, fraquezas essas uma vez cultivadas num altar sagrado e iluminado de propósito e mágica, e significados puros e fortes o bastantes para abrirmos mão de vantagens mesquinhas, de rixas e controversas egoístas, para abrirmos mão não de nós mesmos, mas de nossos preconceitos e fomes individuais, para numa mesa dividirmos o pão e o vinho, e rirmos e nos embebedarmos com ou sem cristo, mas com Fé em nós mesmos e naqueles que junto sentam conosco!

Mas os ávidos e ágeis tocadores do piano sabem que quando não se tem nada para crer, facilmente cria-se a inalcançada máxima de crer somente em si mesmo, e sobrevalorizar sua estima acima de tudo que o cerca, e através dessa megalomaníaca onipotência reveste-se um ser humano com ares de deus, e o torna irreal, e cria-se uma mentira, e mentira nada pode contra a realidade, uma mentira jamais tocará piano! Assim, nasce um invólucro produto de anos de ardilosas maquinações e projetos, e publicidade, meu deus, quanta e infinita publicidade nessa terra de parvos, nessa orgia de vertebrados desossados, sem espinha ou medula, desprovidos de atividade nerval, embalados pelos conceitos de sapiências contorcidos e reajustados, e vendidos e comprados, e nunca vistos como embuste, como armadilhas e ratoeiras que insufladas por idéias como as de Pindaro, por exemplo, como o torna-te o que és, ou inscrições de Delfos como o famoso conhecimento de ti mesmo, ou os conselhos invertidos do Zaratustra que existe em todos nós, e assim por diante, nos fazem imortais com sangue de homens mortos, assim nos fazem auto suficientes, auto imunes a quaisquer demonstração de "humanidade humana", de sentimento não divino, de afeto, e nos tornamos para sempre além do que já basta, absoluta e egoisticamente sozinhos!

Pois então basta, acordem já todos que ainda sonham em pintar a realidade com cores e vida, e amor, e musica infinita, é tudo o que se tem para dizer, pois o céu continua cinza, os crimes atrás das nuvens, e os carrascos muito longe das cinzas grades! Acordem já meus amigos, tirem a poeira dos olhos e o pó da cara! Porque quando despertos e juntos nesse rumor do silêncio noturno e solitário, eu me pergunto, em prece humilde sem o escárnio moderno que, de bandeja, traz a vergonha que envolve gestos como o de ajoelhar: Até quando anjo meu, anjos perscrutadores da negra noite e do cinza concreto, dos tijolos nunca mais dourados, anjos pintores e coloridos, até quando reduziremos às cinzas os cadáveres vivos e as almas mortas? Ate quando seremos cinza nesse mar de rosas, rosas de amor e paixão, vermelhas de sangue humano, ate quando anjo meu, plantaremos rosas cinzas no jardim de casa?

terça-feira, 20 de abril de 2010

love crash

Standing outside your self
Looking to the past
Breaking mirrors
And dancing fast
Thinking in how it would be possible
To wash up that sorrow
That never has left there
If there is something to say
To fill the non living days
Oh god,
Where is the little star?
To give me a wish
Putting things back in its way
That today looks so far
So far away,
My little, little star,
Maybe I m lost
Or perhaps
I already lost it
But we should never be awake
When still there is a dream to be felt
in the milky way
the way of hope
that’s why I cry to you
to show me tomorrow,
my friend, my friendly guitar
and to sing to me,
anything that helps, my little, little star
anything that says
the route along this path
my star, my little star
like I said, like I felt
standing outside my self
living tomorrow with no sorrow
is it possible?
In a non coercible way
Is it possible to fill up
The past we lost by not being there
When we thought we should be here?
We were living ahead, so far
With the lyrics from the stars
That make us hear
How to shine it in yesterday
When we were not there
The missing love
That passed away
On our milky, milky way
Of Untouchable days
Forever in the past
So far, so far way
Beyond the always
Beyond the stars
Like a dream, it passes so fast
So fast, like a fallen star
it will forever pass!
My lover from yesterday
Is there a way,
my little, little star
any way
To take you out of that car
That crashed in the last
Days of may ?



fernando castro18.04.10

loving people

Hell my friend,
Where are the people from the end?
Rising upon our tears, I sang with a little bit
Of fear,
The saddest song that made us pretend
That there are no friends,
That there is no end
But how do you care?
If you smile a little bit,
No tears in your eyes ran
Best lover
Saddest man
Hell my friend
Where are the people from the end?
I’m out of town tonight
Tomorrow I m dead,
I’ll be out of the land
But I still insist
To clear up your shadows
And heat your soul a little bit
Since you found no one to pretend
That there are no friends
That there is no end!
So,
Show me your rising eyes
And I will sing, like I sang
The best lover
The saddest man
The one you found
Into you, my friend
I’ll make it loud
To all understand
We are made of clouds
We are made of friends
The best lover
The saddest man
He sings the love we wrote in the sky
He cries the tears you hide
Hell my friend,
After all we made, and
Every single moment we felt
Through the freedom
That melts
In our songs, in our loving tune
Let’s make them proud
Of what they found
Let’s make they finally understand
That life is no end
Hell my friend
Best lover
Saddest man
Where are the people from the end?
We are clearly made of sounds
Floating around
Like powder and sand
We‘re nothing else but love
We are made of clouds
We are made of friends!

domingo, 18 de abril de 2010

A Carpa e o Rio

Assim fluente passa a carpa Que nada, nada
Como o grande rio, que nunca mais passa
Passa essa carpa por nada
Por olhos desligados do mundo
Nada essa carpa
Em suas cores, que no escuro
Depois de já ter sido tudo
São nada, nada
Misturando-se ao rio
Que também nada
Para o amanhã inexistente
E também é nada
Fluente, no amanhã
Inexistente
Onde nada essa carpa
Para o fundo do rio
Que também é nada!


fernando castro.............

ex-ilion.....nada se tornaram as suas muralhas.....16.04.10

Amanhã

Cai a chuva lá fora, na efemeridade dos dias
Liberdade,
Talvez tenha se perdido na esquina mais próxima...
O inverno continua no mesmo lugar, e o sol, ainda virá amanhã!
Felicidade
Talvez tenha ido embora,
Junto à chuva, deixando seu sorriso nos céus
Das tantas outras gerações,
Que ainda chorarão a guerra
e a fome da incompreensão!
Um arco íris na via láctea, para sempre colorindo os funerais dos tristes, dos sozinhos, daqueles que buscam a si mesmo em torno de nada!
Uma velha dançando na chuva, sem guarda-medos, sem guarda-costas, sem guarda-chuva...
Simplesmente jovem
Eternamente um pedaço de ser humano
Para onde foram os nossos sonhos?
Para uma noite de verão apenas?
Para o outro lado da lua, para a igreja mais próxima, para as mãos calejadas de um órfão das ruas?
Contemporânea Orfandade
Aonde estão nossos pais?
Eternamente jovens
Que Chovem; e ainda chove alegria
Poesia de candelabros e rosas
De Borges em sua rosa profunda, em seu tigre acorrentado de ouro,
Ouro branco, ouro em pó
Que se assopra junto aos versos de Lorca,
em precoces funerais
Para onde mandam nossos heróis?
Um colar de pérolas no pescoço da noiva do carcereiro,
Virgindade perdida para sempre
Atrás das montanhas, em cima do asfalto cru desse labirinto de mundo
Dessas flores espalhadas pelo jardim do universo
Esquecidas no tempo da tarde, e plantadas por um jardineiro cego pela manhã
Apelidado de Deus,
Para onde foram nossos sonhos?
Nesse fim de tarde...
Nesse final tardio
Que em teus olhos arde
Arde,
Para sempre, sem fim
Liberdade
Para o começo do reencontro
Do infinito em mim
Que sem idade, nada mais é
Do que todos nós
Nos perguntando ao mesmo tempo
Para onde se vai tudo o que fomos
E como seremos
Sem sonhos
Sem fim?

fernando castro... ainda no exílio do amanha!!!

FERLINAMENTE DEMAIS

Olhos de tigre sem máscara...

Despudorado em selva de meios e fins
Brilha no escuro,
Nos meandros da selva
Vorazmente ecoando,
Rugindo
Nos meus prantos,
e nos encantos distantes de minhas conquistas desesperadas
Onde estão tuas listras,
Meu pequeno gato listrado?
Grande tigre enjaulado num coração
Por demais para ti apertado!
Liberte-te de tais grades, saia do fundo obscuro, percalço de alçapão...
E corra na relva agradecida por teu ébrio divagar
Em fratricídio incestuoso de beijos e garras
Juba de leoa em pele de tigre
Livres felinos
Dançando a luz da remota lua
Para onde foram tuas garras
Menino de bengala,
Dos extremos orientais?
Absolutamente desorientado
Em sua fidelidade felidae
Olhos de Penélope Pantera
Totalmente voraz
Na Meia noite das feras
Migre da penumbra do invalidado batido coração
Reescreva teu cardápio de homens
Assuma as rédeas de tua extinção
E viva de tudo liberto
Sem do amar a obrigação
Fazendo das tantas outras presas
Uma sinfonia de bacantes que estraçalham seu perfilhado Penteu
Aos pedaços com o amor, pura refeição
Livre da carne
Da alma
E de deus!
Livre da culpa...


Fer...lino Castro..... absolutamente exilado!

Mágico Malabarista

Andando sobre as águas
Vejo infinito, além dos horizontes comuns
Do por do sol ordinário,
De um top model na capa da revista
Vejo um mágico dentro do armário
Cadê você, mágico malabarista?
Sem ordem, sem salário
Nem defunta religião, vem sem verso, guitarra ou profissão
Em último grau, em primeira instância
Vem temerário
Sem mais ou menos
Sem muita Distância
Jogar baralho com os dotes
Da afamada humana Ganância
Em louvor quase púdico
Um tanto quanto lúdico
Esses teus olhos de amor
Meu grande ilusionista
Mágico dos tempos
No armário escondido
Mágico malabarista
Cadê você, meu protetor?
Aonde foi parar?
Cadê você para absurdo certo,
Incerto equilibrar?
Cadê você, para dar ao mundo, além do hoje
Algo à se amar!
Na terra mal quista
Mal abares de conquistas
Fora do lixo dos bares
Meu doce céu de pecado inocente
Bona parte, Mala parte,
Mágico malabarista
Para otimizar os males, tantos perdidos à parte
Tantos choros em tempestades, serranas, urbanas, ,mundanas
Cegos disparates,
em códigos de ordens profanas
Sacra politicagem do alfabeto
Do culto a lapela , e do diário jurista
Pelo amor dos ímpios pecadores
Por onde andas, mágico malabarista!?
Sem termo ou horário
Venha para essa terra de sevícias
Onde Sádicos salafrários orquestram fáticos operários
Saia do escuro, e se firme
Em rompante iluminado
Equilibre-se, saia do armário!
Meu anjo temerário
E de alma se vista
É tua a alma
É tua a conquista
É teu o mundo dos erros,
Humanos desequilíbrios
Inominado Mágico Malabarista!


fernando castro..... do exilio! ..

terça-feira, 13 de abril de 2010

Princípe Ateu ( Anjo Malícia)

Eu quero um pouco mais
Da sua mordida de céu
Na minha estrela ferida,
Quero ouvir a porta do quarto
Sendo empurrada pelo teu cheiro
Doce de mel
E meu corpo inteiro
Sendo enterrado
Em sua unha de gato,
Devorado
Pelo seu palavreado cáustico
Dessa sua voz acústica
Que me beija deixando marcas
Rústicas
Dos teus lábios vidrados
De vidro empedrado
Me beijando louco
Aos poucos
Me sujando de Batom
e ácida saliva
cantando o meu som
e a minha poesia
com essa boca de anjo
que me faz sofrer em você
tudo o que vejo que é meu
pecado delícia
meu príncipe ateu
meu anjo malícia
que faz da minha vida um inferno
aos olhos cegos de deus!

Meu Deus,
Eu quero um pouco mais
Dessa sua mordida de céu
E dos beijos que ainda não me deu!
Quero ver um pedaço da fruta da vida
Arrancado por essa sua mordida
E nessa dança rotina
De acordar pro café
E almoçar ao meio dia
quero sentir os seus dentes
na minha carne mordida!
Com você quero nascer,
Morder, e
Morrer !!,
Meu pecado delícia
Príncipe ateu,
Meu anjo malícia!


fecast ...insonia,, madrugada sem fim!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Pequeno Príncipe

De uma esfera chamada lua,
nasceu agonizante
em pesadelo de uma noite
pelos pensamentos errantes,
uma alma nua,
em terreno fértil para o desejo
dessa metamorfose crua,
de um mero partícipe
de pequeno fato,
para um pequeno grande príncipe
condutor dos 5 atos!


Nasceu em fogaréu espantoso,
de um encontro ruidoso,
onde nada havia para se ver
E passou a ser caça,
em latrina de olhos estampados numa coroa de lata,
com uma taça de plástico enfeitando a alçada,
dessa pequena alegoria em martírio,
explorada como um perverso conto de fadas!


Alem dos fatos tais,
era fogo sem artifícios
em olhos puerperais,
acidentados com o parto,
de nascer sem querer,
no preâmbulo de um entre atos,
do final degenerado pelo servil alheio,
para uma armadilha disfarçada de “meu pequeno reino”!


Senhor das satisfações, o que mesmo que vem a nós?


Esse príncipe pequeno sem voz,
que mudo fica em atônita couraça
que mortifica
Os movimento internos,
Aniquilando sem saber, e com justo receio
Seus desejos sinceros,
Morre incerto
Sem o cetro de seu pequeno reino,
Num céu de veludo escuro, de adeus numa esquina sem deus
Com um sopro que conduz ao exílio
O pobre pequeno em martírio,,,
Príncipe em delírio, que se apaixonou por mim,
Em encantamento de fé sem sentido,
E de razão desprovido,
Fazendo de sua alma nua,
Com o manto esvoaçando junto aos olhos da lua,
A razão pura
de viver
sem mentir
todas as pequenas nuanças
desse menino de Exupéry!


f.c...........!....!.....!



“Foi o tempo que dedicastes à tua rosa
que fez tua rosa tão importante"

MENINOS de deus

Boa noite,

meninos vigilantes de minha poesia pobre, para sempre insuficiente e inexprimível, visto teus rostos tão silenciosos de ruídos, e tão repletos de poesia!

Meninos urbanos ou rurais, meninos do cais, meninos da fazenda, galopantes em animais cujas patas se prontificam a servir, esses mancebos literais que para além dos sonhos se fazem imortais...

Boa noite,

meninos poentes de céu sem fantasia, de estrelas cadentes nos ombros, e meteoro nos lábios, meninos mais meigos e delicados, com ou sem meta, cometa virgem nos seus olhos, meninos de poesia!

Boa noite e bom dia,

afago de minhas canções, meninos faunos cintilantes, em beijos de Baco, meus meninos bacantes, boa noite em noite de fada aurora, com a lua no céu da boca do menino que muito me apraz, para somente beijar teus peitos puros, aos pequenos sussurros que teu beijo me traz!

Inconstância de beleza pelo tempo não aturdida, meninos da luz me fazem vencida a alma que vaga de sentindo desprovida, pois em nosso hemisfério encontro a paz, pela cintura dessa provável loucura, do meu corpo chamado, pelo teu eu delirado, em teus versos de lábios de plena impostura, de véu e grinalda pelas pernas seminuas, pelas formas da escultura, de teus desenhos e silhuetas, projetados nas minhas paixões! No templo sem tempo, onde vives mais e reluz mais, e brilha mais fora da ampulheta, e com teu néctar no olhar paralisa o enrugar de minha tez, menino vigilante da minha pobre poesia, meninos de deus e sua fantasia, em fogo de cama de agonia pura, me façam maior que vós, ao menos por um instante, meninos de mármore impenetrável, de sublime contradição, pois desfilam como homens de pedra, com gestos de meninas de delicado coração...

Boa noite meninos eternos,

para sempre constelação dos olhos vidrados de cegueira por esses meninos de poesia fatal, mancebos da inocência em meus beijos embriagados, enlouquecidos, menores desamparados, da beleza sublime, e do desejo escravizado, perecíveis meninos da poesia, utilizados em versos de lençol, de uso e deleite, menores sem idade, meninos de enfeite, boa noite meus queridos, durmam para sempre sem perceber, a vida lá fora, e o que fizemos com vocês...

 
 
fernando CASTO

domingo, 11 de abril de 2010

P.C. (Pequenos Contos)

Uma poesia sem flor,
E nos reflexos patéticos de sua alma sem calma,
Desvio meus olhos do amor,
E das inúmeras paradas ao longo dessa estrada
Sem fim
Evitando assim,
O tanque cheio de sofrimento
Pois morrendo sem viver essa viagem
Morro sem viver
Essa viagem em você!

=================================================

Um simples caderno em branco esquecido no sofá,
Ao lado de um tinteiro de lágrimas,
Esquecidas por teus olhos,
Com uma caneta de Pena
Na última vez que visitou
A sala do meu bem estar!
Um simples sopro,
Para por fim nas brasas
Esquecidas no cinzeiro,
Na última vez,
Que dos meus olhos,
As lágrimas veio fumar...

==================================================

A certeza de uma incoerência
Numa incerteza de começo
Era como se o Sol não viesse com a manhã
No princípio dos dias,
Nos primeiros dias do mundo
Como se as nuvens passassem em branco
No céu de nossas almas
Tingidas de rosa
Que em branco ficariam desalmadas
Vazias de luz
Sem sol
Escurecidas,
Assoladamente
Desoladas!

====================================================

Triste glacial fim de verão
Onde as andorinhas congeladas
Migram sem asas
Para solidão além da estação
Onde os corpos de pedra
Atropelados pela emoção
Migram sem asas
Congelados
Para algum lugar
Além do caixão!

=================================================

Como se possível fosse
Em teu olhar meigo doce
Acreditar,
Em amor sem morte
Em lágrimas sem corte
Em morte sem foice!
Como se possível fosse
Em teu olhar
Onipresente
Deixar incipiente
Essa absoluta
Vontade
Inconsciente
De amar!

================================================

Teus olhos me dão um tiro, que me tira o domínio
Expulsando meu corpo dos limites atirados em mim
Dos contornos colocados em volta
Dessas grades de sempre
Que sempre foram assim
Olhos que me prendem fora dos muros
Fora de mim
Olhar que não liberta mais
Para sempre desperto
E mesmo de longe
Sabe que preso se fica
Quando se fica
De perto

==================================================

Cai a noite em minha floresta,
Mais ainda quero continuar te enxergando no escuro
E saber que mesmo cego, ainda me vês!
Quero ter a certeza, que não será somente na luz,
Meu príncipe das selvas,
E que o amor que dispus,
Mesmo nas trevas
Sem olhos,
Enxergas!

===================================================

Ontem, deixei uma morte pra trás,
E desse pedaço da vida,
Deixei também um menino velho
Saturado de poesia
E Impregnado de todas as desilusões
Pelos amores da vida, trazidas!
Um velho desamor
Deixei ontem para trás
E desse pedaço de afeto
Um corte aberto
Uma viva ferida
Pela vida e seus amores trazida
Deixei ontem para trás
Deixei com a morte
Esse corte
Que já desde antes de ontem
Me dizia:
- “Querido, nunca mais !”

===============================================

Com todos os dias sendo todos os dias
Saudades vêm mais por nesses momentos saber
Que todos os dias poderiam
Não estar sendo todos os dias
Como todos os dias são!
E sem você
Estando no meio dos meus dias
Fico sabendo porque
Todo dia sinto falta
De saber como seria
Todos os dias
Com você!

==================================================

As noites continuam frias
Mesmo com o cobertor
Cobrindo-me das noites que não vivemos
Mesmo com a janela fechada
Escondendo dos meus olhos
O resto do mundo que nos separa
Mesmo com as mesmas
Paredes do quarto
Me lembrando
Do concreto que não somos
E de tudo que não seremos
As noites ainda continuam frias
E mudos continuam
Ambos os travesseiros

===================================================

Será que sinto o que sentes
Ou será que sentes o que sinto?
Será que minto
Quando sinto que sentes
Ou será que me desmente
Quando te digo
Que sinto?
E se minto o que sinto
E tu me desmentes,
Será que não sinto
O que quero achar
Que tu sentes?

==================================================

Tempo que se perde sem fazer , tudo que imagino ser
Tudo,
Perde-se sem ser
No tempo, no vago
Insinuante e possível
Sentimento
Que perde-se antes mesmo
De imaginar que se pode
Ser
Sem
Perder
-Se

===================================================

Na taça de vinho sobra reflexo
De algo que não entorpeceu
Não se embriagaram os meus olhos
Bebendo nos olhos teus
Olhos da manhã
Refletidos no meu copo
Que escureceu
No dia que seu olhar
Não mais
Em olhos meus
Amanheceu!

=====================================================

Uma outra vez,
A visita de uma chance
Morta pelo vício,
De um transe fora de mim
De um controle e de um resgate
Daquilo esquecido
Nos Escombros da dignidade
Uma outra vez,
A visita de um professor
Que sem comentários
Em sucesso sutil
Discreto
Ensinou o valor
De uma poesia de rosa
Num verso de dor
Com palavras caladas
Que se furtam do amor!

====================================================

Beijos que matam,
Justamente
Por não terem sido beijados
Abraços que ferem
Por não terem sido dados
Presença presente de uma ausência constante
De dor insanável que ultrapassa
E dói mais no silêncio
Desse teu corpo rarefeito,
Que no encontro imperfeito virou fumaça!

======================================================

Carne que arde
A cada instante dessa noite esvaziada de ti
Estrangeiro infernal
Nascido do meu abismo
Que os poderes te outorga
De ser imortal
Carne que arde
A cada instante desse infinito alarde
Da imortalidade infernal
Que soa na noite esvaziada de ti
Meu Anjo fatal
Separando sempre o dia
Da treva,
Vazia
Que contigo,
Antes de ver o começo
Já viveu o final!

=======================================================

Eu sei que não vou chorar,
E que não se chora mais
Também sei,
Que não se deve ligar tanto
E não mais se deve amar
Com ou sem prantos
Não se deve mais amar,
E chorar
Eu sei que não vou te amar
Muito menos chorar
Porque sei que não se chora mais
Por toda minha vida, eu sei
Que não chorarei mais
Alguém
Que não soube conhecer
Que desesperadamente
Não soube amar!

========================================================

A noite não mais escurece
E junto de teus olhos
Brilha Sempre o sol
Sei que não posso mais dormir
Sem a noite dentro de mim
Porém em ti
Ficarei acordado
Para o resto dos dias
Que me restam
Ao seu lado
Sufocado de luz
Morrendo de insônia
Com um buraco no peito,
Um tiro... E um coração roubado!

========================================================

Desapareça menino sem critérios
Me faça escândalo na porta do prédio
Me tire de louco, me deixe histérico!
E grite aos berros que não merece me amar
Chute as latas, e os cachorros vira latas
Que passam pela rua da minha sarjeta
Que uivam de fome e remexem o lixo da minha calçada
Chute os vagabundos que me cercam
Que meu ar afoga
Que na minha fraqueza me sugam
E na minha tristeza não me dão folga
Jogue na minha cara
A carência descarada
Que me droga
Que me usa
Mostre no espelho
Minha insegurança obtusa
Nessa Impostura confusa
Que me coloca a mercê
Daquilo que invade
E me abusa
Escancare com o teu silencio
Os vícios que corroem minha carne
E cuspa para o mundo os restos dos beijos que não me deu
E dos que me deste,
Compartilhe com as mesmas prostitutas
Que em promiscuidade de olhar
E conduta
Vendi minhas noites em claro
Nos virtuais toques
Desses beijos de cicuta
Faça de tudo
Príncipe redentor
Para um dia se lembrar
Que no meio de um pântano
Também nasce uma flor
Que na imprecisão dos meus passos
Também se via
Amor

=====================================================

Cobre o véu teus olhos céticos
Duvidosos,
Acostumados com gestos
Dissimulados
Com intenções veladas
Mesquinhos desejos disfarçados
Olhos treinados para desconfiar!
Mas que seja esse véu
Das pálpebras descosturado
E que os desejos
Revelados
Falem por si só
Por mensagens que ficam no ar
Palavras ao vento
Que te assopram
Devagar
Os versos
Que minha alma
Lhe quis falar!

=======================================================

Mais uma vez boa noite,
Distante treva juvenil,
Do principado infantil
Que me deixa sem fala
Mudo na treva do olhar!
Boa noite, uma vez mais,
Príncipe poente
Da Geração decadente
Do tanto fez como tanto faz!
Boa noite, brinquedo que brinca
Nos olhos do espelho
Que o meu boa noite
Reflete
No teu esplendido bom dia!
Bom descanso,
Bailarino da agonia,
Que desperto embala
Pela noite,
Eterna sinfonia!
E Se faz distante
Em madrugada dançante
Enquanto eu danço
No sentir inconstante
E no quarto descanso
Com os versos amantes
Que sem voar
Alma viva
Não pude lhe dar!
Boa noite,
Bailarino do olhar
Que mesmo me tirando a alma
Sem pernas me faz dançar!



fernando castro ..... madrugada de um sábado 11...de abril ,, de 2010!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Pescador de Ilusão

Boa noite, meu pequeno Príncipe de ilusões,
Obrigado por ter passado por mim,
E ter devorado tudo o que quis,
Dos meus olhos bandidos,
Que estrelas sem pontas roubavam,
Para te ver feliz,
Estrelas sem brilho, decadentes,
Esfumaçadas pela madrugada!
Obrigado por ter se vestido de noite, e se escondido no bar
Por ter meus lábios desencantados,
E feito minha boca parar de falar
O quanto que quero esse romance inútil
De um jeito tão fútil
Não parar de buscar,
Pela treva, pelos becos, pelos cadafalsos
Dos olhares falsos
Das sujas calçadas,,
Mesmo que aos pedaços
Descalço,
Insistir com a bituca nos dedos
Até a carne queimar
Meu pequeno Príncipe,
Se ao menos soubesse o quanto não quero parar de buscar!
Mas mesmo assim,
Obrigado,
Por ter tão cedo me acordado
Dessa cama de gato,
E sapato,
Onde é proibido sonhar!
Onde se tem vergonha de amar!
Insisto que assim não queria
Perder o teu cheiro de rato
Matreiro, safado!
Mas sem palavras te digo
Pouco torto e embriagado
Velejando em pedras
Desnorteado!
Obrigado
Pequeno Príncipe de ilusões
Por ter tão rápido
Assim me libertado
...
 
 
fernando castro 08.04.10

segunda-feira, 5 de abril de 2010

PRÍNCIPE DAS MARÉS

Uma última vez passou o Sol por esse mar,
E sendo um último instante os teus olhos nas ondas,
Passou também a tempestade por esse olhar!
Olhar este que mirava além do horizonte hostil,
E de nevoeiro sombrio em terras ilhadas,
Brilhava em plenitude de íris
Um farol castanho
Para além das ilhas lacrimejadas,
A ilha transformada em pupila,
Nesse globo, repleto de mar!
De água ocular,
Vazando pelas bordas do infinito,
O resto do amor, que em si
Oceano finito,
Não pode sozinho guardar!


Transbordou uma última vez em teus olhos esse mar
E por não saber, para além das nuvens,
Como um pássaro marinho
Sem medo voar,
Uma última vez passou também
Um arco Iris
Nessa íris dos olhos de oceano
Que afunda em teu rosto
A profundidade abissal
Desses olhos de mar!


Uma última vez, Príncipe das marés
Pôs-se o Sol nesse olhar
Dizendo-te a vida que amar é!
E para além do impossível,
Onde se esconde a felicidade
De alma encaixada na outra
De onda enamorada de mar
Passou com esse Sol uma chance
Envolta de mistérios e brumas
Que a liquidez de tuas águas geladas
Em inconstância maresia obscura
Diluiu o mais perene do amor
No mais ordinário da espuma!


Uma última vez, pequeno dourado,
Morreu o Sol nesse mar!
E nas ondas caladas,
Dos teus olhos amareados
Mudos de surdos remorsos
Por lágrimas tão plácidas,
Fez-se o silêncio brotar
Suspirando às marolas
Nesses olhos cegos de ver
E tão nublados por cego se amar...


Uma última vez, estrela fulva da vida
A maré plenitude da alma
Pôs-se decadente o Sol em teu olhar
Estrela cadente
Morrendo um pouco a cada por do dia
Estrela do mar
Que com o Sol já sem nascer
Em olhos teus anoitecia
E morria, estrela solar
Uma última vez em teu olhar o Sol morreria!
Mergulhando sem volta no abismo dos teus olhos marítimos
Que de tamanha e infinita
Profundidade de amar
Mesmo sem sol, e sem lágrimas
Para sempre eu o confundiria
Com esse infinito mistério chamado mar!


Uma última vez, Príncipe das marés...
Morria o Sol em teu olhar!

fernando castro   05.04.10

domingo, 4 de abril de 2010

doce amanhã

E agora o sol se põem com sangue nos olhos, e declama com suas cores as dores imperfeitas e os tristes odores exalados do súbito partir desse menino apagado!

As flores murcham mais, e as conversas rimam com as velas negras flamejantes, que ardem e se beijam nesse precoce funeral!

As piras acordam mais cedo, e as aves voam para longe das faces sem esperanças!

E agora o sol se põem com sangue nos olhos,

E anuncia o partir para sempre desse menino enclausurado, dessa caveira de carne e sentimento, que passa à tabua sorrir, e a flertar com a madeira

Os doces de crianças perdidas no parque para sempre amargos, e as balas perdidas para sempre nos ares, para sempre perdidas!

O sol se põem com sangue nos olhos

E os que ficam choram com sangue nas lágrimas, sem olhos, sem cara, sem rosto!

Os que ficam sem face, em mês de desgosto, ficam torturados para sempre no amanhã

Que sempre terá um poente de sol, e olheiras de treva, com esse sangue poente nos olhos!


fernando castro