sábado, 30 de outubro de 2010

Pássaro Azul

como um passaro azul,
que percorre as minhas janelas da noite
soturno, calado, veloz,
e abraça meu parapeito com asas de diamante
vem tua aurea imaculada aproximar-se de meus segredos
secretamente noturnos, vividamente humanos
vens tu de lua mordaz e de palavreado cáustico
derramar veneno em meus tumores,
elixir de féu e sangue, de amor e cura
deleite de vozes, calmante de dores
dores amantes, de sangue e de voz


corre passaro meu da noite
voa em seu grito veloz
alucina os umbrais de minnha janela
e grita sem traqueia um sufoco apaixonado
respira em mim meu querido amante
a velocidade desse beijo atroz
dentro do quarto
paredes de carne, ofegante
respira comigo esta noite de passaro
noite de passaros amantes
redescubra o descoberto
e se cubra de cobre e acido metal
cobrindo as dores de pó
salvando o amargo do doce
em linguas amarguradas e tristes
antes de ti, tao só
acobertadas pelo esquecimento
cobertas de lembranças e de saudades de rapina
voa para mim menino alado
descoberto de tudo
descoberto em tudo
sem pele, sem penas
meu passaro estrelado
de duras e árduas penas
um formigueiro no figado
desse penoso amor fatigado
aconchegue sem cena, sem bisturi e ferrugem
passaro de bico azulado
rasgue de noite minha pupila acordada
abstraia o velorio dos corvos
e voe passada a noite
passaro para além do passado
voe costurando o futuro
da noite e do dia
com a agulha noturna
são amores transpassados
andarilho de asa e bengala
voe para alem da espada
e traga nebuloso em teu bico o frasco
desse amor dependurado em abismo
rechaçado em velório de homem
pelas asas inchadas de cinismo
ao exilio,
enchadas e picaretas que cavocam a fome
de um coraçao de passaro apedrejado
e atormentado de insonia
de saudades
adarilho dos deuses
voe , voe, voe...



FC ..p/ um passaro na gaiola!

Doce LUA

Me arrastei por vielas Meu passado morou nas ruas
Ela sempre esplendida, eternamente bela
Fada protetora, ó Lua!


Velou por meus sonhos despejados
Apazigou meu interior, livrou-me de intrigas
Dividiu com a luz entardeceres ensolarados
Ao pé da montanha, por de trás da colina


Brilha em minha face glória tua
Luz divina, sempre alerta
Minha deusa que vigia, ó Lua
Paixao inspiradora de jovens poetas
Deusa minha, Vida tua
Astro que impera....? Imperatriz!
Incólume no céu minha doce Lua
Gardênia nos meus campos, embriaga Flor de Elis
Uivam lobos à sua dança, solo e nua
Porteira de minhas saidas embriagadas
Anjo celeste me cobre de amor com asas tuas


Sobre o teto de meus sonhos
Calada de minha noite
Meia noite e meia, meia, meia taça
A dose a mais que ultrapassa
Meio doce, meia Lua
Envolta por uma cortina de fumaça
Seja minha ou seja tua
Coberta por um manto de neblina
Seja tua ou seja minha
Impera no meu céu, ó Doce Rainha


Pupila prateada que por meus sonhos vela
Circulo majestaoso transforma meu céu em aquarela


Calmante hipnótico de teu encanto
Acima das águas, acima do mar
Padroeira de iemanjá, mãe de todos os santos
Foi em teus braços em que apreendi a nadar


Confronto de meu mundo
Sempre a minha escolha iluminar
Introspecção involuntária, mergulho profundo
Te beijo na praia, sobre a luz do luar
Nada mais que te toques, nada mais que te possuas
Num barco de pescador
Admirável mundo do Eu, admirável Mundo da Lua!!



23.07.2003   na casa da Paola!.....7 anos atrás

FC

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sombras e Fósforos

Num ruido calado, as sombras de um temporal esquecido dentro de um copo de lagrimas, grito ofegante algumas palavras surdas q nao se fazem ouvir num mundo de sentenças vazias.

De trás para frete revivo o retrocesso de uma noite voraz, onde dentro de um amontoado de gente fui encontrando pedaços humanos em corpos inteiros. Passei por impressões e pensamentos solitários, mas ao refletir no olhar alheio percebia o quanto de vida estava dentro de mim, fora do copo, flutuantes numa pista de dança, numa auto-estrada de vida!

Quando sinto q grito, e percebo em mim as vibrações trazidas pelo eco do outro, realizo q não estou sozinho! Vejo que não é preciso gritar, e um acorde de sutilezas traz muito mais energia do q uma explosão de ofensas!!! Certamente estarei conduzindo a sombra do homem para a luz! Aprendo a viver rarefeito, respirar de acordo com o tempo do agora, e a sonhar com o que posso tocar de verdade! Aprisionado num passado q não acontece mais somente devoro a possibilidade de experimentar uma felicidade sem pretensões, sem crime, sem mentiras!

Novamente embarco distante do eu, daquilo q fui e não quero mais ser, para o lugar do novo, e do inesperado! Estou aberto para viver tudo q se postar diante d mim! Não temos mais tempo a perder longe do amor! Vivo o que sou , no tempo e no espaço ! Morro um pouco a cada dia, aquilo q não mais significa, e deixo a esperança guardada dentro do coração, para talvez um dia, reviver tudo aquilo q minha ausência me permitiu sofrer, perder e morrer!

Em luz de chama lhe toco
Sem velas de luar profundamente te respiro
Tua voz que me chama, tua chama que me grita
Tua paixão que me devora
Vivo latrocínio amado de um coração amante roubado
Um jarro quebrado, um vidro partido
Sinto o Corte de vida que teu amor me conduz,
na veia, a doce picada do algodao doce,
o doce semblante dos teus olhos de mel sem respiros,
de suspiro e de foice,
dos teus belos beijos sem almofadas
que em noites de aniversarios
me veem como coices!
E sempre a viver em dor latente de uma certeza sem luz
Incerteza de fato esse amor sem sentido
Louco de pedra na província do medo
desse amor meio que perdido
no meio de tantas outras trepadas e malabarismos no farol
Urbano decreto desse gosto sem beijo,
do tesao sem camisinha
do alto risco chamado desejo!
Amores de risadas efêmeras e entristecidas
Olhas tu e encara-me de frente
Rente ao meus olhos, dores ébrias e frementes
Encara cara a cara, descarado carão de duas caras
Meu caro em olhos de fumaça,
de olhar tão caro
Debaixo da névoa, ao longo da relva de isqueiros e fósforos
De olhos famintos e gelados
Numa agonia selvagem sobre as molas do colchão
Enrolado em lençóis e cobertores baratos
Cobrindo dores e parapeitos escancarados
Ante o nada e seu convidativo mergulho
Distante de mim e de você
Acordo em cima de nossos retratos
E em fotografias não reveladas
na tela de um computador quebrado
E Vejo o papel, somente o papel que restou de ti
Na impressao de que estamos mortos!
Durmo em silencio,
Para em voce nunca mais acordar!!!



Quanto d alma se pede um corpo deitando na lama do dia, trancado num quarto de hora?

FC

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

"afaste de mim esse Cálice"

que trago eloquente,
pois bebo as avessas da taça
e na voz tua que me transpassa
encontro te luzente,
e de um clamor vivente
rogo-te que escutais
meus passos comedidos em gestos,
e em frases minhas,
tangentes ao copo,
aquele que nao mais entornarei!


nao entornarei também as taças,
nem ante a vis trapassas
que para o fundo do cálice me levais,
controlarei assim ereto
o desvio de nexo que doses outras
do passado acobertais!


sofro de bom grado,
meu libertino envidraçado,
e sem quebrar ou estilhaçar,
arremesso para longe esse cálice
para nunca mais o entornar!


atiro-o para fora de meu iluminado jardim,
e não mais suportarei sua nefasta presença
embriagando as damas da minha noite,
ou melhor seria,
a única Dama de ferro da Noite do meu jardim,
de aço verde e perfumado,
plantada aos montes em torno de mim,,,,
de ferro, pois difícil de moldar,
mais facil a taça nao mais entornar!


por mais que o faças,
com frescor sedutor e convidativo,
repudio o copo
e fico afastado, longe,
em ti somente embriagado,
desprezando o teor alcoolizado
dessa flor de jasmim,
plantada aos montes em torno de mim!


renego nos campos de cevada
a fermetançao adúltera que me faz transpirar,,,
e abomino nas vinhas da ira
o rubro escarlate
que na taça frisante me faz bacante,
me faz delirar!
que me faz cantante,
e dançante
e me faz fauno em fins de março,,
meu possuidor galáctico,
embriagando-me apenas de ti,
em tons violáceos,
nos muros de nosso jardim,,,
faço-me feliz,
pois somente em tuas "fontes borbulhantes"
matarei minha sede,
aonde brinda nossa Lua,
com o cálice do Sol!
Lua nossa que vem,
em puro deleite,
nosso meta físico apreciar,
pois tua meta em mim poeta
metafora para dentro de mim,
nas pétalas dos copos.
nos vidros das flores,
das gardênias, dos lírios, em ti jasmim!


Eu jazo em ti,
e "ti" jaz em mim,,,
e para muito alem
dos copos e das garrafas
vive curioso e pulsante
nosso interesse mútuo, enfim!


para além dos versos alcóolatras
e etilicamente envenenados,
jaz nossa vontade!
e para muito distante
das plantações de papolas
e dos campos de centeio
mora nosso querer!


e ademais, faço me lenhador,
destruidor de vinhas imortais,
para destilar o teu amor ,
em meu peito brando,
em meus braços sóbrios,
destituido do ébrio cambalear,
das falas trôpegas,
dos ímpetos vorazes,
do lastimável saltitar!


e mais, faço me trovador,
e pelos campos insinuo-me cantante,
alegre e jovial, menino impecável,
de todo polido ,
de verso e grinalda,
de trovas e risos ,
para amizade tão divina
em vias celestinas,
pisando em estrelas,
desta forma vir brindar!
deste jeito consagrar,,,
amizade inestimável
além dos goles, dos tragos,
para alem dos frascos,
e dos invólucros de vidro


venho por fim,
somente em ti etorpercer
e ludicamente sorver
das taças de teus lábios
o beijo tépido em fulgor
lascivo em testura
e cujo teor entorpecedor
embriaga nas almas
os sentidos e o sentir
desse lúdico trovador
mergulhando-o nesse líquido volátil
destilado, etéreo:
lucidamente embriagado
por esse perfume
chamado Amor!



q os deuses nos abençoem!

Amém

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Thelma&Luise

Na diversidade das colorações de uma palmeira, encontro dos teus olhos o verde. O verde castanho azul que me persegue... Nas possibilidades albinas de uma folha qualquer, em sua falta de pigmentação vejo toda a beleza contida num acidente, numa imperfeição, como um sorriso solto na paisagem, destilado, servido com sal e limão, atenuado pelo conforto do gelo, pelo calor de seu acolhimento no paladar... Pequenos goles, grandes mordidas... Pequenas lembranças, grandes momentos... A capota abaixada, o sol envenenando os olhos, rasgando a pele com sua fúria. O vento nos libertando de sua paixão incendiada, nos emprestando sua armadura para amortizar as delícias pirofágicas dessa queimadura de alto risco, desse calor em ebulição no corpo, na delícia de um beijo, na falta de controle em elevada temperatura... De carne e alma, de corpo e delírio... Mais nada dentro do quarto de um motel no fim do mundo. O ventilador divagando preso no teto, devagar tentando se libertar, girando em torno de si mesmo por todo o resto de sua vida, devagar tentando se soltar... Ventilando lentamente toda a poeira levantada daquela estrada de areia, daquelas molduras desérticas que abraçavam aquela hospedaria como se fosse um quadro esquecido na parede de um sótão, implorando atenção, pedindo para ser olhado uma última vez. O zunindo de duas moscas acrobatas emprestavam para a cena a sutiliza que faltava para se insinuar o desespero, a mortandade no meio do nada, o desejo de seca num cacto afogado de lágrimas e suor desprendidos dos corpos entrelaçados pelo feitiço da paixão. A mágica que lhe conduz até o fim do mundo, e lhe faz atravessar a civilização para não encontrar nada que não fosse o outro, e todo o resto, na areia e fumaça, simples esquecimento. É como o exílio voluntário aterrando todas as possibilidades de comunicação. É como o próprio banimento sendo servido no meio da tarde junto a generosas doses da tequila boiando no interior da garrafa, protegida pela transparência do vidro, contido pela forma de seu recipiente, como a paixão, que sem rédeas ou guia, se esparrama espalhando-se por tudo que lhe cerca... ela precisava daquela garrafa para se manter em pé, contida, para poder ser utilizada e servir de algum propósito, o de não ser manter em pé, o de não se conter, o de se esquecer dos propósitos! A cada passo, a madeira rangendo no piso comemorava o triunfo do instinto sobre o que ainda lhes restavam de razão. O tanque não passava de um quarto, e o intuito era ainda de prosseguir viagem. Avançar ainda mais para o infinito sem volta que os abocanhava, e não significava nada mais do que o fim. Aquela hospedagem de fato era o último fio de novelo que os prendia por um mero capricho do tempo, em farpa escorregando da porta, em um cabide de arame farpado sem condições de conter o peso da violência daquele vestido de sedução e loucura, que como chumbo, mergulhava para o fundo do oceano de terra e poeira, para as sevícias áridas daquele deserto... Alguns abutres sobrevoavam os telhados como augures a sua enunciação, prevendo a inevitabilidade pairando no ar, rondavam seu póstumo jantar com toda a ansiedade que as penas não sabem conter, e resmungavam consigo mesmo entre rasantes e bicadas por demais animais para um ser humano compreender.

-Eu não te amo mais, chegou a hora de partir!

Um misto de indignação e orgulho misturava-se naquelas palavras desgarradas do fundo de uma alma assolada por todo um turbilhão de sentimentos fervilhando numa caldeira de emoções quando, misteriosamente, o outro entranha-se em nossa realidade ao ponto de se fundir com o oxigênio. As lágrimas choravam para dentro. Aqueles músculos jamais se dobrariam para demonstrar a dor, e sem o fazer, já aclaravam tamanho sofrimento que compadecia tudo que de inóspito havia na Terra, e as rachas daquele solo árido e sem vida eram como se fossem um gramado de cores e seda se comparados ao seu rosto. O silêncio do outro respondia. Sabia que estava condenado. Sabia que havia lhe conduzido a loucura. Sabia que tinha feito ser irreversível. As balas do agora eram de metal. O último beijo era de sangue e alma, de carne e desejo... uma faísca de renascimento naquele vale da morte.

- Sempre o mesmo hálito de porco!

Mas aquelas palavras assinavam sua sentença. Eram como navalhas no último fio que o sustentava ante o abismo. Por um momento quis se arrepender do que havia dito, talvez mais por provocação e hábito do que intenção de ferir, mas já era tarde demais, e sabia disso. Dava-se a partida no carro. As trevas abraçavam a noite. A hospedaria era agora um ponto banido para a eternidade inalcançável que habita o passado. Nunca mais. Nenhuma palavra que não fosse o barulho do motor explodindo no espaço, e o atrito dos pneus arrastando aquela terra para o alto e transformando a poeira num véu do casamento que não aconteceu, costurado na traseira daquele cadilac 66 condenado ao divórcio na precoce sepultura, a dor na trágica despedida, ao choro preso na voz que engoliu o “me perdoa”. Acabava o combustível. Nenhum outro lugar na Terra para ir senão para o inferno. Até que ponto o continuaria testando? Até que ponto prosseguiria com aquele seu jogo absurdo? Uma palavra resolveria a questão. Um único gesto, uma só expressão. Estava tudo claro, todos sabiam, só era preciso dizer. Os dedos tremendo na coronha. Os olhos implorando por um estímulo para que pudesse frear suas mãos. Os maxilares cerrados. O coração na boca. Iria mesmo até o fim?... Permanecia impassível. Por mais que todo seu ser entregava-se loucamente, era uma estátua... O amava tanto que jamais poderia consentir que esse amor se tornasse real. Vontade de chorar, e gritar para o universo, porém os olhos freavam as lágrimas. Morria de tanto hesitar. Não dá mais para conter. O silêncio puxava o gatilho no instante em que os lábios estavam se abrindo para dizer. Tarde demais. O quanto de morte cabe num único instante de vida?

Um estouro rompia o silêncio. Gritos de profunda dor. Um instante depois, um segundo estouro. Os coiotes uivavam. Os abutres silenciavam-se. O quanto de vida cabe num único instante de morte? O cheiro de pólvora se misturava com o gosto das lágrimas perdidas no ar. O quanto de amor cabe num único instante de silêncio? A eternidade se cala. O quanto de silêncio é necessário para se ouvir eu te amo? Nunca mais. Adeus, os meus pecados desaparecerão como fumaça, mas o meu amor vingará para sempre.

sábado, 9 de outubro de 2010

2012 é JÁ

COMPANHEIROS E COMPANHEIRAS,



Respeitável público, está aberta mais uma sessão de chacotagem para os próximos quatro anos. Damos início a mais um espetáculo de global entretenimento com os mais exímios e profissionais palhaços e ilusionistas que uma democracia pode ter. E acreditem ou não, por incrível que pareça, não é o Demo que está por trás disso, e sim os democratas, os seus perfilhados discípulos do regimento dos estercos colossais do lábaro estrelado, das fétidas margens do Ipiranga ao Tietê, da igualdade penhorada, onde no terror da esperança a Terra desce, literalmente para o inferno.


A esquerda, hoje extrema direita, ontem impeachment, amanhã centro avante, pois logicamente no meio posso escolher mais rápido o lado que me interessa, está tão abastada pelos banquetes de impunidade que nem se incomoda em eleger terroristas, facínoras e, muito em breve, para os próximos leilões eleitorais dos municípios: pedófilos, estupradores e traficantes reiterados, uma vez que a venda de drogas pode ser muito mais lucrativa do que a própria prostituição em si, pois somente para isso é mantida ilegal, quando a prostituição já se consolidou prática comum e muito bem difundida e aceita pelas salas do Congresso e camarins do Supremo Tribunal. Tráfico de animais em extinção pelas sobras dos corredores da Amazônia, e de ministros e juízes, de acordo com as conveniências, pelos corredores de Brasília.



E realmente o indecente e imoral é aquele que se vende na esquina, que troca instantes de seu tempo retribuindo o pagamento com sexo, no qual somente o seu próprio corpo é oferecido no negócio, e não recursos e disponibilidades financeiras que certamente interferirão em muitos outros corpos além do físico único e pessoal do prevaricador, da sub-raça educada para fingir em terno Givenchy, e sorrir, e mentir quando negocias almas como se fossem pão, exímios profissionais do latrocínio indireto, deuses degenerados que comandam um país por eles transformado em inferno.


Realmente a prostituta que é indecente, o travesti, o miche nas calçadas do Dante, o mesmo Dante que colocou os tiranos sufocados numa poça de sangue fervente em seu inferno; o traficante de rua que é indecente, o trombadinha que bateu uma carteira ou assaltou uma velhinha no farol. Realmente são eles o problema do país, e jamais direta conseqüência dos estupros sociais e intermináveis orgias sem decoro na gestão do governo, e deveriam ser exterminados em praça pública, queimados como se faziam com as bruxas... Que absurdo ainda não terem sancionado uma lei permitindo, para os imunes deficientes que sofrem de outras imunidades que não seja a parlamentar, a pena de morte nesse país, nessa latrina pintada com a sétima maravilha do Mundo e araras, e mico-leão-dourado, e futebol... Meu deus, que mico... Está na cara, todos sabem quem são essas prostitutas que já deveriam ter sido liquidadas com a sífilis, e as pestes ainda sobreviveram ao HIV.


Quanta piedade de Satã para não fuzilar as perversões desses nazistas no poder com um falo suficientemente grande para os fazerem sangrar e vomitar pelas entranhas todo o champanhe que arrotam com o dinheiro público, e assim se afogarem na indigestão das próprias risadas quando riem de nós, os palhaços, que elegem palhaços para nos governar.


Devemos ser no mínimo estúpidos, burros e merecedores das fezes maquiadas de bolsa família que nos servem no almoço, pois já dizem que os governantes são um reflexo de seus governados, e se os governados de fato são bestas selvagens agonizando no prostíbulo de uma busca egoísta, impensada e instintiva pela maior quantidade de prazer que podem obter, certamente quem os governa não fará diferente, e sugará do entorno cada molécula da existência compatível com seu gozo.


E de fato são as bestas que elegem as bestas. As bestas que não somos nós, pois essas bestas nem sabem ler, e os que sabem, se candidatam para cargos públicos, com algumas presidenciais exceções, quando supomos a leitura habilidade em nível a cima da fala, e se nem falar se sabe, quanto mais se ler... Enfim, é essa esmagadora maioria de acéfalos que elege a mesma rapina para uma constância eterna, enquanto os acéfalos permanecerem acéfalos, e enquanto as rapinas permanecerem mastigando seus respectivos cérebros, e o voto contar pelo número de crânios subscritos, independentemente deles estarem vazios ou não.



Ou seja, nada mudará, uma vez que não existe o mínimo interesse de se educar as bestas, de se domesticar a ignorância que sustenta o circo, de fazer com que eles deixem de procriar partidários da imbecilidade. Nenhum real método concepcional de sofisticação e incentivo ao pensar que não seja fingimento, poeira, e testículos estéreis para a feijoada escrava de todo domingo fausto e indefinitivamente igual, por mais que se faça uma dieta, costure o estômago e empurre os intestinos para dentro do baú da felicidade, continua a mesma merda. Que ainda por cima, é vendida como pasta de dente nos intervalos do café com leite dessa prática política centenária.


Portanto, meus irmãos, somos NÓS, o resquício da esperança, o nada em termos de número e o tudo em termos de capacidade. A Democracia é uma fraude. Um embuste utilizado para nos manter silenciados, calados, sem poder de real ação, sem opinião. A liberdade de imprensa é um mito, para não dizer um mico, o tal mico-leão-dourado em extinção, ninguém nunca viu. A tripartição de Poderes então acho que dispensa comentários: uma piada, de fato. As cláusulas pétreas uma armadilha, sentinelas, uma verdadeira muralha de pedra em torno desse monstro com boca de ralo que suga a todos, o Leão Democrata da União, a besta vermelha. As liberdades e garantias constitucionais um algodão doce, que desaparece na boca, uma migalha para o bebe parar de espernear no berço, uma chupeta para calar a boca.


Assim sendo, não nos resta outra alternativa a não ser começarmos de fato a nos importar.

Nós que poderíamos fazer e não fazemos.

Nós que saberíamos como fazer e não damos a mínima para essa babaquice toda.

Nós que estamos cagando para o poder, e não nos importamos com política ao ponto de ler os jornais, fazer meia dúzia de piadas, e nos contentar com os sinceros sorrisos de amigos num boteco de esquina, amontoado com as sinceras prostitutas, com os cafajestes de carteirinha, com os meninos apátridas nessa terra de ninguém.

Nós que na nossa inércia deixamos os porcos se apoderarem dos quartos, a nadarem na piscina e a transformarem a casa toda num chiqueiro. Nós que fazemos da vida o que de fato ela é, uma festa de alegrias e amizades, acabamos nos divertindo demais, e nos distraímos ao ponto de não perceber a potencial gravidade do que está acontecendo, o tamanho do dano dos cupins nos alicerces de madeira, que por mais peroba do campo e jacarandá entranhados na base, um dia a casa cai, e como nos sentiremos se por nossa negligência e excesso de satisfação e bons momentos, ela cair na cabeça de nossos filhos, ou dos filhos dos nossos amigos?


Portanto meus irmãos, está mais do que não hora, precisamos nos organizar, nos reunir, nos estruturar. Precisamos pensar. Precisamos falar sério. O sonho não acabou, essa é uma mentira que nos vendem, pois querem que nos conformemos, pois no fundo, eles nos temem, eles sabem do nosso verdadeiro potencial. Sabem do que somos capazes. Não se esquecerão nunca da Maria Antonieta, pois com tamanho peso em suas cabeças, se derretem todas as noites em pesadelos com medo do travesseiro se transformar em guilhotina.


Ainda estamos em tempo.

E que venha a transformação, a verdadeira.

Por que devemos aceitar as coisas que nos dão, se podemos fazer melhor? Se temos a chance de melhorar o mundo, por que deixá-lo como estar? Só porque é mais fácil acreditar que é impossível mudar o planeta, e que ele se muda sozinho,,,, se todos pensassem assim ainda estaríamos com os dejetos pelas cavernas; e se ao menos ficasse como está, mas ele se deteriora. Chega! Por quanto mais tempo meus irmãos, deixaremos com que eles o deixem pior? Esses palhaços girondinos, e jacobinos, e florentinos naquilo que chamam Poder?


Por quanto mais tempo iremos criar um serpentário para nossos filhos e alimentar as cobras com os tantos sapos que engolimos? A cobra que plantaram dentro de nós com anos de ardil subliminar e inteligência diabólica, e que nos mantém paralisados com veneno de egoísmo e indiferença.

Que soltem as fadas das prisões e que as borboletas voltem a voar pelos jardins!

Por quanto mais tempo, meus irmãos, iremos subtrair do mundo o seu direito vital, absoluto e universal de salvação?

Que saiamos de casa, que unamos nosso pensamento, que lutemos para poder celebrar a verdadeira paz, a nossa, o nosso saber de que fizemos o que podíamos fazer...

Sem mais demoras,

Que venha a Revolução!





Fernando Castro

TEMPESTUOSAMENTE

E Deus desfez a mulher
Em suas intimidades,
em suas ondas de pele
E músculo,
acentuando suas fragilidades
em desacordo
com a violência sutil
da sua resposta febril
ante o mundo e sua
Infinidade..

Ante a perplexão de
um homem e sua
absoluta incontensão, seu
visceral descontrole
na mais aparente
falta de solução...as suas
pernas que tremem e
na impotência mascarada
pela vergonha de dizer
Não posso...
se estabelece o
esplendedor de uma
Lua feminina
para tudo que significa
Nosso!

Tudo que jamais respondeu
quem sou Eu,
e da onde vim,
se da pobreza ou realeza,
de um ser, só nos
resta uma única
certeza de um ventre
chamado natureza
para aquilo que der
ou vier, só nos resta
na boca, a contingente
e única resposta
de ter nascido da vida
de uma única mulher!

E portanto, seja
na fúria mais juvenil ou na
reflexão
mais madura
só nos resta a mesma
resposta para refrear
toda a loucura...

Se no planeta de homens
comandando homens
sem decoro, sem
postura, sem
envergadura para manter
o equílibrio numa reta
qualquer,
que as rédeas sejam dadas
e a comunhão governanda
por aqueles que dão a vida
pelas diretrizes de
uma mulher!!

E Deus refez o homem!


Fc

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

TEMPESTADE

Desce o manto da noite
Na escuridão um vazio,
Tece as agulhas costuras
Pontilhadas na alma, que
Veste a claridade no hiato do dia,
E sem mais tempo,
Ou calma,
Como um pássaro de realejo,
Sem aviso, foi embora!

Adormece as trevas na liberdade
Poente de um Sol desgarrado
Dos teus pedidos de desculpas,
Ofuscados,
Por uma lua minguante de loucura,
Sem retardo,
Costurando em tuas falas
Sepulturas

Assim se fez a argila em escultura,
De homens sem desejos,
De notas enroladas
Por uma música sem partitura,
Sem partir,
E sem ficar, sem
Nunca mais ficar
Impermeável,
Intransitável,
Incomunicavelmente tua...

Enlouqueces assim
Com o pez negrejado
Desgarrado das ruas, e
Prometes sentir a
Iluminação dos postes
Nos caminhos da semeadura
De tuas lágrimas e ruas
Escorregando pelo corrimão!
Pela escadaria dos fatos
No abjeto de teus atos,
Onde as lágrimas do Sol
Encontram o riso da escuridão!

Desvaneces assim
A invulnerabilidade de tua
Negação,
Derretendo a resistência
Como um alfabeto glacial
Nas penas próprias de contradição
Nos sufixos sem propósitos
Acumulados desde a primeira
Simplória,
Inverídica comunhão...
Do homem com a mortalha
Do metal com a espada
Sem lógica e sem bainha, sem
Destreza nas mãos
Inválidas para a luta,
Pensadas para dançar,
Sorvendo e distribuindo
Alegria
Pelos objetos em que espontânea e
Livremente
Com sua alma
Faz tocar!

A tempestade se delicia com a incerteza dos alicerces,
E a grande fúria multiplica
Os raios na batalha,
Na grande conquista, onde
Ouro será transformado em palha,
E a terra, Terá valor...
Assim cantam os anjos na tua alma,
Rebenta, sedenta pela real
Experiência, rendida
Extenuada e sofrida
Com a desleal concorrência
Do seu racionalizado
Instinto animal, que
Mesmo com a dispensa cheia,
Clama por insensata sobrevivência,
Quando,
Já sobrevives,
Quando já regozijas
Quando num estado último de clemência
Basta além da demência existir
E preencher os teus buracos
Com os antônimos da tua ausência !!!

E Deus criou o homem...

................................................................................................................

E Deus desfez a mulher
Em suas intimidades,
em suas ondas de pele
E musculo,
acentuando suas fragilidades
em desacordo
com a violencia sutil
da sua resposta febril
ante o mundo e sua
Infinidade..

Ante a perplexao de
um homem e sua
absoluta incontensao, seu
visceral descontrole
na mais aparente
falta de solu'cao...as suas
pernas que tremem e
na impotencia mascarada
pela vergonha de dizer
Nao posso...
se estabelece o
esplendedor  de uma
Lua feminina
para tudo que significa
Nosso!

Tudo que jamais respondeu
quem sou Eu,
e da onde vim,
se da pobreza ou realeza,
de um ser, so nos
resta uma unica
certeza de um ventre
chamado natureza
para aquilo que der
ou vier, so nos resta
na boca, a contingente
e unica resposta
de ter nascido da vida
de uma unica mulher!

E portanto
na furia mais juvenil ou na
reflexao
mais madura
so nos resta a mesma
resposta para refrear
toda a loucura...
Se no planeta de homens
comandando homens
sem decoro, sem
postura, sem
envergadura para manter
o equilibrio numa reta
qualquer,
que as redeas sejam dadas
e a comunhao governanda
por aqueles que dao a vida
pelas diretrizes de
uma mulher!!

E Deus refez o homem!


feeee cassss

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Má,dá-me?

Por que não enxergas as coisas como são de verdade?
Por que tens que matar por esse pedaço de metal?
Sim, somente porque aprendeu que ele vale algo para alguém,
E sendo assim,
Poderá trocar por algo que também desejas!
Supomos que todos mudem de idéia e de gosto,
Ou melhor,
Supomos que todos vejam as coisas com elas de fato são,
O que fará com esse objeto dourado, cafona, sem valor?
Supomos que ninguém mais de esmolas.
Você acha que virá um anjo resgatar aquelas pessoas na rua?
Ou que instantaneamente uma dose de capacidade completará
A lacuna de uma vida, e as tornará habilitadas para o trabalho,
Ou que aquelas crianças deixarão de ser órfãs
E terão condições de competir com teus filhos no vestibular?
Então pelo amor de Deus,
Dê a porra da esmola,
E pare de se agarrar em desculpas esfarrapadas como:
“Ele vai comprar drogas”
Somente para não se desgarrar das moedas ínfimas
Que não irão nem lhe empobrecer, nem falta fazer,
E que nada são além do símbolo
Da sua ganância, do seu egoísmo,
A moedinha número um milhão seiscentos e sessenta e seis mil...
As roupas de quem lhe pede a moeda são esfarrapadas,
Não tanto quanto as suas desculpas,
Mas em relação as tuas roupas,
Meu senhor,
Um trapo indigno para se limpar jaulas de canil,
As mesmas jaulas que de certa forma,
Encaras como sendo a solução para essas pessoas,
Sim,
A jaula
Só não mata, porque é pecado
Porque ninguém tem o direito de tirar a vida
Se não for Deus,
E ninguém dá esmola,
Se não for ele também!
Pois bem, seja um deus...
E mesmo que for para comprar drogas,
E daí?
Imagine você:
- sem dinheiro
- sem família
- sem amigos
- sem educação
- sem comida
- sem emprego
- sem cultura
Agora imagine você nessa situação não comprando a droga
Difícil, não é verdade?
Duvido que você suportaria
Pelo menos ele compra droga, e não se mata!
Duvido que você não se matasse!
Duvido que você se manteria em pé,
E ainda tivesse a coragem de pedir ajuda no farol!
Por muito menos, você com todo o seu:
- crédito
- sua platina
- seu cetim
- seu Deus, seu Dior
- seu marido
- seu teto solar
- seu aquário
- seus filhos
- seu professor de yoga
- de pilates
- de alemão
- seu amante
- seu abajur e livro de cabeceira,
Toma os seus pileques, as sua pílulas, os seus calmantes,
Ansiolíticos, soníferos, estimulantes, anti-depressivos,
Anti-térmicos, anti-coagulantes, anti-retrovirais....
Por que droga nesse mundo ele não deveria comprar a merda da droga?
Um pouco pior, talvez,
Mas não muito diferente das que teus filhos usam bem embaixo do teu nariz
Entupido, plastificado, congestionado, artificialmente bronzeado,
Maquiado, todo borrado, todo empinado!
Meu deus Madame,
As coisas estão ficando pretas!
Melhor acordar antes que os vermes comecem a bater na porta
E a invadir a casa nova
Antes que o teto comece a rachar
Apodrecer, e a terra infiltrar,
E os corvos aparecerem sem avisar
Sem serem convidados para o jantar
Pois aí, minha senhora,
Será para eles,
Somente para eles
Que terás alguma esmola pra dar!



Fernando Castro

Tina Turner Me

Um cubículo chamado meta
A meta do amanhã
Por de trás de teus olhos
Que lhe arrasta, em sina
E de que nada ensina
A meta por de trás da cortina
Impede a luz de entrar
Impede o brilho na retina
A tal meta
A meta que chamam
Tina
Na bola de fumaça
Um cachimbo de cristal
Na bola de cristal
Um cachimbo de vidro
Paranormal
A tal meta na lata do poeta
Fazem dos olhos bailarina
Fazem da reta serpentina
A reta sem meta
A reta retal num sopro venal
Na matinal respiração
Da Tina de todos os dias
A meta de vida
Sem meta, sem reta
Na amplidão de uma ausência
Que as vozes calam Tina
E que sem pressa
Para atingir o seu premio
A sua meta
Te devora devagar,
Com mordidas paulatinas
...



Fernando Castro

Amores sísmicos

Não olhes para trás,
Não penses em abrir os olhos
E enxergar o rastro de nossa decadência
Espalhados pelos corredores da cidade
Não penses em respirar a fragrância
De nosso perfume, destruído
Por um cometa de ingenuidade
E perversão
Cuja cauda se desfez
Como um véu de açúcar
Derretido num epicentro
De paixão,
E tormenta
Nem mesmo tentes engolir
As sobras e restos dos sonhos
Esparramados pela estrada
De luzes, asfalto e devassidão
Muito menos sentir
O perdão,
Ou fingir
Um arrependimento ineficaz
Não , não,
Não olhes para trás
Pois no estado em que me encontro
De cacos, assombros e ilusão
Não existe mais sangue, nem veias
Jamais
Para tuas palavras irrigar
no meu silente coração



Fernando Castro

SOL

Eu abro os olhos
E vejo uma estrela
Solar, gigante e poente
Diante de mim
Tão pouco distante, que posso
Até me queimar
Essa estrela, pelo que vejo,
É o amor que me escondes
Por de trás desse olhar
É o calor dessa fonte
Onde mesmo com olhos
Fechados
Não podes mais ocultar!
É a flor pintada de Sol
No meu horizonte
É a única fronte
Que consigo enxergar
É toda plenitude
E toda a solidão
De nessa vida se ter
Um único astro para amar!
E todas as noites
No desalento sofrer
Esperar pela volta de tua luz incomparável
No próximo incomparável amanhecer.


Fernando Castro

YES

I just can’t say no
Don’t ask me why
I just don’t say no
No, no, no and no
I won’t say no
Coz everything is
One
And everything has
Already been
Done
I don’t say no
No, no
I’ll say just love
Love
Love
Love
Yeah, I just say
Love, love, love, love
Love, love, love, love
That’s what is left to say
That’s what takes away the pain
That’s the paint that colors gray
Love
That’s what is all over your face
Love, love, love, love
Love, love, love
Love, love
Love



Fernando castro

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Po' der ninguém

A Terra desaparecendo debaixo dos edifícios, transformação das agonias em rituais de liberdade contínua... os cadáveres serão tragados de votla para o subsolo, e os espíritos livres estarão com os pés firmes no chão!

SORRIA, VOCE ESTÁ SENDO FILMADO, e poderá ter os pulsos cortados na sala de edição...Poderá ter suas contradições hipócritas acentuadas pelo Photoshop, o teu coração de pedra esmagado pelas rodas dos tanques comunistas transformados em sucatas, mas movidos pelo pensamento... inquebrantável pensamento, mais energético do que todas as tuas ogivas, do que todas as tuas orgias fúnebres massificadas na infinidade de balas metálicas que livre e indecorosamente distribui pelos corações humanos...Fantástico pensamento, arma dos anjos que lutam na Terra: cerceias nossa locomoção, negocias nossas notícias, engavetas nossos jornais, mas jamais aprisionará o nosso pensar, e todo o resultado que ele já trouxe para o mundo...

ESTÁ NA CARA, Limpa, sem distorção, sem tuas infectas agulhas de botox e plásticas in vitro; é pele com pele, olho com olho... não precisamos mais sentir a neblina branca do talco que escorre das tuas luvas cirúrgicas, das tuas tocas e proteções nas salas de cobaias, de operações e castrações, do teu avental esterilizado pelos escravos do teu hospital...

Não precisamos mais nos intoxicar com o teu cheiro nefasto de limpeza, com a tua mania fascista de contabilizar os fatos, com a polida acidez do fluor degenerado que teus dentes vomitam cada vez que sorris...

Não precisamos de mais nada que venhas de ti, nem das pequenas ou grandes instituições, nem das grandes ou pequenas cruzes, nem das covas vazias que guardaste para nós no jardim do teu escritório chamado cemitério...e muito menos das tuas âncoras espalhadas nesse globo, nessa rede que chamas Globo, com essas âncoras atracadoras de vida, que distribuem as algemas das intenções do teu Globo ocular... Uma rede, uma teia, que enrosca e trafega pelas correntes conforme a conveniência dos teus negócios marítimos, da tua irrefreável pirataria de almas e inocências, do teu insaciável apetite por sonhos de homens condenados a serem livres na consciência do teu pesadelo!

NUNCA mais, nunca mais.

Continues na ilusão de que estás no poder, de que sobrevives no comando, de que essas favelas bancárias e barracos religiosos se sustentarão por muito mais tempo...porque agora somos nós que te usamos e lhe devoramos por dentro... Somos nós que disseminamos o gérmen e pulverizamos o seu próprio vírus mortal... A imunedeficiência de ti mesmo, meu querido! Nós que espalhamos a nossa cura pelos jardins das casas,pelos ossos do ofício na osteoporose da tua hierarquia, pelos digas me com quem andas, que lhe direi quem és, meu sublime perdedor!

Somos nós que nos libertamos daquilo com que sempre nos manteve amarrados, presos, escravizados...nós que nos libertamos da maior e única verdadeira arma que sempre utilizou para nos manter sob seu domínio, em vil custódia, em euforia passiva, sob controle, em teu poder... Nós nos libertamos da única prisão que nos impedia de vencer: Nós mesmos!

E com isso desmontamos todo o egoísmo com que sempre nos controlou. Repudiamos toda a mediocridade com que sempre nos manteve afastados um dos outros, por mais envolvidos pela palpável ilusão de comunhão e proximidade, sempre distantes, sempre em busca das próprias pedras, as tais gemas da felicidade penduradas no sorriso do seu outdoor no horário nobre do Globo, porém nunca lá, nunca lá, pois são pedras de pó, o ouro é pó, e o pó é vidro, como os teus olhos, como os rubis que ostentas nos dedos, é tudo pó, e Terra, e terra, e folhas ao vento, e sorrisos para o agora, e as lágrimas para o esquecimento... É tudo um só...

Não existe nem eu nem você, não existe poder além da ilusão, pois além da ilusão só existe o ser, e sermos amantes daquilo que chamamos nós...portanto, meu querido, nessa Terra de amantes e crianças libertas, que engulas os teus dados, que roas as tuas unhas, e que inales cada centímetro de dor do pó dos teus diamantes.

F.c.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

2o Turno

Sou gloria passado, Estado de euforia
Sou pequeno e ilimitado,
Estado de alegria
Sou um sonho acordado!

O que treme de noite
e o que morre de dia...
Sou puro sentimento,
sou gritos e histeria...

A transparência da chuva
que escorre quando choras
A experiência que fica
cada vez que vais embora.

Sou o atraso que nao demora
Sou o tempo sem horas
Sou a máskara do beijo
que tanto  relutas no meu agora!

O príncipe adormecido
numa carruagem em chamas
O Eu falo desprotegido
no amor que me derramas

Vivo a política sem razão
dos fatos em contradição
Sou o que nega e não vota
Sou o que pega e não solta

A parede sem tinta
O muro sem lamentação
Num quadro sem molduras
emoldurando as trevas
no sorriso da escuridão

Sou a dor do que não volta
E o desespero que perdura
Tenho medo da morte
E medo de não morrer
Sou a loucura do perecimento
e sua lucidez,
que invade nosso Ser...
A certeza do perecer
E de tanto esquecer,
Sou a magia
e a agonia
da maravilha de viver!

O perfume na armadilha
que finge educar
bastardas crianças na eugenia
E só conduz ao apodrecer

O resto de saliva
dos discursos de hipocrisia
que faz do mundo um programa de TV
Um garoto de programa
nos lábios de propaganda
A programação do analfabeto
condenado pelas estatísticas
O sofisma matemático
na frieza de um economista

Sou sangue e prostituição sincera
O corpo que se venera
e se transa por prazer,
sem economias
Sou Cristo desacorrentado
numa cruz chamada
Orgia

Sou a dor da percepção
da certeza da frustração
quando negas o que queres,
e invejas outros homens,
outros jovens,
outras mulheres...

A dormência de sua pequenez
e a amarga sapiência
de que não viverás outra vez
Por mais que finjas acreditar
Por mais que finjas não se importar
com a desnecessidade das lágrimas que escorrem
da sua fingida sala de jantar

Por mais que finjas não saber
EU estarei lá
Eu sempre estarei lá
do outro lado do espelho
Um escaravelho refletido
Na amplidão do vazio do seu olhar
Te convidando para sorrir
Te convidando para entrar
E para viver
todos os seus mais legítimos
e secretos desejos
que pensas esconder
e que por uma trágica
psicosocial anomalia do ser
Morrestes,
e nao deixou acontecer!!!

Boa noite,
te vejo no inferno.


com amor,
de Fernando p/ Dilma

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

enjoy the silence ???

Nao sei mais com que olhos te enxergar. Nao sei mais como preencher o vazio que permanece cada vez que nos encaramos sem dizer, sem falar, imitando o silencio com as palavras, sustentando o ar com vigas de a'co. Para que tanto esfor'co sem movimento? Para que tanta dor sem transforma'cao? Tanto remedio sem cura?

Nao sei mais como me perder sem rumo, como me encontrar sem violencia... a indomesticavel violencia das redeas de uma carruagem pequena demais para nos dois.

Em cada trago absorvo um peda'co de morte. Em cada gole relaxo a tensao do insuportavel, do invencivel. Os seus olhos nos meus olhos, chorando o vazio covarde que nos alimenta quando estamos de maos dadas, no falso controle de uma contesao sem limites quando estamos na verdade completamente descontrolados. Todos os assuntos ja foram gastos. Todas as frases riscadas do dicionario. Todos os corvos alimentados pela nossa indigestao, pela falta de entrega transformadora de carne viva em sobremesa para abutres dan'carinos da madrugada, para os chacais de botas de couro e cinta-liga de metal.

Nossos olhos devoram nossos sonhos, e nossos sonhos devoram nossas verdades. A verdade de estar acordado, enquanto fingimos que nao dormimos somente para nao adormecer no mesmo quarto, enquanto atravessamos um pesadelo com o sorriso magico na face. Face a face com o desespero, o outro lado da onda encantada que afoga tantos imortais, que suspende a vida de tantos anjos sem asas disfar'cados de meninos apaixonados... Tantos cabelos enrolados na agonia de um instante de solidao perpetua, um instante de silencio profundo no interminavel dialogo da nossa conversa'cao. O inaudito prolixo. O amor silenciado na verborragia do sem sentido, da gra'ca desgra'cada sem proposito. Da eterna piada de sangue e loucura sem porque, sem mergulho, sem razao.

Nao sei mais o que dizer, e o que nao dizer. Assim me despe'co do infinito que nos separa...em silencio... e me aproximo da lucida insensatez da unica forma possivel de consagrar o nosso insensato amor...Nao sei mais com que olhos te enxergar, senao com as lagrimas da onipresente ausencia.

FC

VCertigem

Respiro agora, depois da tempestade desse encontro, posso respirar
Quero voltar ao início, e atravessar de novo os minutos de dor e amor...
As horas que existiam lá fora,,,
Do outro lado do mundo, fora de mim e de voce, do outro lado da calçada,, onde o resto acontecia, onde tudo o que não importava tinha vida...


I’ve wanted so many times

And I’ve faked so many lies

But it was true baby,

Baby,

It was true…

Everything I lied to you

You’ve heard it all

There’s nothing else for us that I can do

There’s nothing else to lie except the truth



o tempo é o mesmo, cada vez que o sol está entre nós, cada vez que o sorriso penetra a tua face com todo o poder que a felicidade pode conter... com toda a força que existe na expressão máxima da vida, no símbolo da liberdade encarnada na carne, na pele,,,, cada vez que dividimos o espaço é poder não estar no espaço, é poder provar para o tempo o quanto sabemos perder todo o tempo desse mundo sem sequer notar, sem sequer lembrar que ele existe, que ele passa, que ele nos arrasta para fora de nós, de volta para a solidão...

de volta para separação

de qualquer forma que isso possa ocorrer, sempre intensa, sempre sofrida, sempre transbordando no mundo dos fatos toda a dor de deixar para trás o que não podemos levar, o que não podemos ter, o que não nos pertence...

os copos se quebram, as lágrimas aparecem, a noite fica mais escura...

toda a certeza de saber da nossa impotência perante um ao outro extravasa na realidade, explode nos gritos e nos gestos, estremece a consciência ao ponto de se perder no meio de um caminho sem chão, sem mapa, sem futuro... ao ponto de se embriagar num volante sem direção, de sumir nas horas da estrada, dirigindo no escuro, na chuva, na fúria da tempestade, no risco de morte...

o tempo é o mesmo, não importa quanto tempo tenha passado desde a última vez, desde a última pista, é a mesma música que nos persegue, que nos envolve, que nos faz morrer de tanto dançar,, morrer de tanto amor...

mas eu quero mais, sempre quero mais do que posso ter de você,,, talvez por nunca ter me dado o suficiente, talvez por eu achar que suficiente não existe, ou talvez porque não exista mesmo, independentemente da minha opinião,,

eu quero ir além, além do que fica contido no ar, além do que o imaterial está sempre sugerindo,, além do controle psíquico, e do impulso físico, quero atravessar o desconforto, o silêncio no vazio, o que reside no final do baile de máscaras, quero inalar esse perfume do depois de amanhã, misturado com suor, com o câncer da incerteza de ser o que se mostra ser, ou da certeza de não ser, quero a solidão, a tua solidão, o teu desespero e a certeza de abandono, quero o medo que existe por trás da imensidão de pedra inabalável, os calcanhares da torre, quero a terra por debaixo dos alicerces, quero a lágrima... sincera, gigante, incontrolável...

sim, o tempo será sempre o mesmo enquanto não passarmos de fase, é como um videogame para crianças autistas atormentadas pela repetição, no fastio que o excesso de doce pode trazer ao paladar, na debilidade que o medo pode gerar na hora do pulo, do salto, da queda!, na segurança de um vicio, atrofiamos as asas quando nascemos para voar,, simplesmente porque não paramos de andar, em torno de nós mesmos, em círculos infernais, deliciosamente redundantes, acolhedores, pequenos...

simplesmente porque não nos reconhecemos fora do caos, ou pelo menos, fingimos que não.



And I felt cold,

Apart your lips,

The world feels so cold,

And cries the heat

I can not hold

When I miss the words

You did not speak

But with the eyes

You just have told

 
 
FC